sábado, 26 de dezembro de 2009
fetividades.
--- aos meus dezoito leitores: feliz ano novo, tudo de bom no ano que vai nascer, felicidades pra todos, e, corrente pra frente. vamos correr na frente, porque quem corre atrás chega por último! estou saindo de férias, até dois mil e dez, fiquem com deus ate lá.beijosss.
---bom, fim de ano chegando, o natal já se foi, me sai bem esse ano, é que eu nunca gostei de natal, acho tudo muito chato com aquela obrigação de ser-mos felizes de ter-mos que comprar e dar presentes pra deus e o mundo, temos que ir á várias festas, comer um monte de coisas, beber tudo e todas, temos que falar com pessoas que nos fuderam a vida durante o ano inteiro, nos encheram o saco, e os amigos ocultos? caramba! que saco nunca nos dão aquilo que queremos, mas também não sei, se damos aquilo que o outro espera --- mas neste ano a coisa foi diferente pra mim, deixei o clima me invadir, me deixei levar mesmo pelo tal clima de natal e, foi tudo uma maravilha --- tirei fotos na casa do papai noel --- aqui em paraiba do sul --- enfrentei uma maratona de umas cinco festas --- por fim eu já estava de saco cheio, mas segurei a onda, deu tudo certo ---, me senti muitissimo bem, no dia vente e cinco fiz um almoço aqui em casa mas ... não convidei ninguém --- deixei a critério de quem quisesse chegar e, pra minha surpresa foi um sucesso, bebemos, comemos, dançamos, rimos foi tudo bem descontraido, assim como deve ser, com meus filhos abrindo os presentes, eu também é claro --- no fim do dia todos foram embora, eu tirei um cochilo me levantei ali pelas sete da noite --- rearrumei a cozinha refiz o jantar minha nora veio me visitar, me trouxe um presente, jantamos, lanchamos, bebemos vinho, cerveja, trocamos idéias, ela e, meu filho sáiram, e o silencio na casa voltou a reinar, vi a novela, tomei banho dei janta pra minha filha e, fomos dormir. assim como deve ser, tranquilidade total, pra ano novo espero a mesma coisa só que estamos indo viajar, vou pro RIO DE JANEIRO, há muito tempo que eu não passo o ano ali em frente o mar, olhando os rituais --- me disseram, sou filha de IEMANJAR, então vou reverenciar minha mãe d'água, irei da amarelo e branco, dinheiro e sorte pra dois mil e dez. mas vou pedir pra todo mundo.
sábado, 5 de dezembro de 2009
cidadania.
--- ontem 04/12, há noite eu estava assistindo ao programa do jo, e, ele estava entrevistando o cantor de pernanbuco que atualmente mora no rio de janeiro otto, lá pelas tantas ele o cantor disse uma coisa que não me sai da cabeça disse ele --- a policia já não nos ver como cidadãos --- isso muito me incomodou porque sou moradora do rio, atualmente moro no interior mas ... já passei por apuros nas mãos da policia, a pior delas foi assim --- eu ainda morava no morro do vidigal, vinha do trabalho, tarde da noite era uma sexta feira, minhas amigas ainda me chamaram --- vem CRISTIANE, vamos pro baile! vamos curtir um funck! mas eu não quis, estava cansada, tudo o que eu mais queria era chegar em casa me trocar, já que banho eu tinha tomado no trabalho, fazer um lanche, assisti a teve, ou bater um papo com meu pai, ver meu filho, que estava com nove anos, saber dos acontecimentos do dia, em fim descansar mas ... me despedi de minhas amigas e, caminhei pra rua de entrada da morro, eis que na minha frente estava acontecendo a famigerada blitzen, lá estavam os valorosos paliciais parando todo mundo, pondo todos contra o muro como só vi homens naquela situação segui meu caminho, de repente ouço um grito --- pará! pará! ei! mandei parar, pará porra! pará --- olhei pros lados e, não vi ninguém, meu deus isso é comigo! parei, nisso vem caminhando ao meu encontro um policial de mais ou menos um metro e oitenta á um e noventa já com uma mini metralhadora em punho chegando na minha frente ele levantou os braços e ... colocou a metralhadora dentro do meu rosto, bem no meio dos olhos --- gelei meus pensamentos congelaram, eu não conseguia nem pensar, não pensei em nada em ninguém, meu pai, meu filho, meus irmãos, que eram eu quem os criava, nada me veio á mente a ser --- meu DEUS agora vou morrer! ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar, de repente eu já não ouvia mais a musica que tocava no baile, de repente eu já não via mais as pessoas na minha frente, de repente eu já nem me sentia mais, eu não respirava, eu não pensava, apenas fiquei ali, parada imóvel, rente ao moro também, e, o valoroso soldado com a metralhadora em punho gritava --- tú, tá vino de onde? --- e, eu do trabalho --- mas ele não estava satisfeito --- a essa hora?, isso lá é hora de mulher descente chegar do trabalho? trabalha onde mulher ? --- e, eu --- ali naquele hotel, eu ia respondendo as perguntas sem olhar pra ele, desviava o meu olhar, mas num dado momento olhei nos olhos dele e o que eu vi me deixou mais apavorada ainda o homem estava descontrolado, com os olhos vermelhos esbugalhados, e, quando ele gritava mais esbugalhados ficavam, ele prosseguiu --- voce tem documentos? --- só o meu crachá --- ele olhou, olhou, olhou de novo --- mas, isso tá diferente, é voce mesmo? --- sim, sou eu --- foi tudo o que consegui dizer ou melhor balbuciar, porque a essa altura eu já estava entregando minha alma ao criador, me lembrei que meu pai estaria me esperando, meu filho e, meus irmãos menores também, pensei que nunca mais iria á praia, nunca mais eu sentiria o sol no meu rosto, apenas pensei " tenho que ir pra casa" mas com aquele homem ali, em pé gritando, me ofendendo não reagi, não tive pernas, boca, nada, ele ainda me chamou de vagabunda, logo eu que trabalhava em dois trabalhos, sustentava quatro crianças, e, ajudava um pai doente, ser chamada de vagabunda assim dói de mais, ele volta á carga --- o que é isso ai na sua mão? --- um maço de cigarro, uma calcinha, que uma amiga me vendou, como não tinha sacola pra colocar, tive que traze-la na mão mesmo, abri a mão mostrei pra ele " alguém me salve, alguém me salve, alguém me salve, pelo amor de DEUS" eram meus pensamentos quando lá do outro lado da rua vieram dois anjos salvadores de uma vez, um era o capitão da tal operação, o outro ou melhor a outra era minha amiga carmeci, o capitão veio, veio, veio chegou --- o que esta acontecendo aqui? boa noite senhora ---. boa ---. algum problema? --- não sei, pergunte pra ele --- a senhora tem documentos? --- tenho o crachá, que esta com o seu amigo --- me deixa ver, tá, tá tudo bem --- nisso vem carmem, me pega pela mão logo dizendo --- larga ela, uma pessoa não pode nem chegar do trabalho em paz? que voces já vai logo pertubando! o CRISTIANE, o que é isso? voce aceitou esse homem fazer isso contigo? não deixa não --- e, me pegando pelas mãos foi me arrastando dali, me tremia inteira, só fui me recompor lá na esquina perto da escada, me senti estranha, miserável, abandonada, um lixo, sem eira e, nem beira; há muito tempo que a policia já não nos, ver como cidadãos.
sábado, 28 de novembro de 2009
reações.
--- estava eu outro dia, num feriado vendo teve, zapeando pra lá e, pra cá parei num destes programas em que as pessoas vão pra contar suas agruras, seus anseios, suas tristezas e, suas destiditas, de repente me vem uma mulher e, conta que apanha do marido há exatos quinze anos, é isso mesmo há quinze anos a infeliz apanha do marido e, ainda tem a cara de pau de ir contar isso na teve, me pus a pensar" meu deus, ela gosta de apanhar" só pode ser isso porque hoje em dia ainda as mulheres se sujeitam a isso? umas dizem que são dependentes do dito cujo, outras dizem que é por medo, outras ainda alegam que é por causa dos filhos ---, isso me fez lembrar de minha mãe que apesar de tudo nunca engoliu nada, de homem nenhum, a não ser de meu pai, mas papai só agia em legitima defesa, com justa causa, e, em seus plenos direitos ou seja pra nos defender ---, como eu ia dizendo me lembrei de minha mãe, teve uma vez em que ela morava com um homem chamado dai, é o nome dele era dai, o dai era um cara legal, nos tratava bem a mim e, ao meu irmão EDUARDO, a quem ele carinhosamente chamava de dudu, mas ... sempre há os mas de repente ele e, minha mãe danaram a brigar, geralmente bate boca, mas teve um dia em que ele teve a infeliz idéia de bater em minha mãe e, pra que? acho que foi o pior dia da vida dele, no barraco tinhamos um fogareiro feito com dois tijolos que neste dia tinha sido aceso, ele deu um tapa em minha mãe e, ela não se fez de rogada, o agarrou pelos braços de modos a conduzi-li ate o fogareiro, ali o derrubou e, o jogou sentados nas brasas, tendo o cuidado de mante-lo ali assim, queimando por vários minutos, minha mãe pressionava e, ele gritava --- ai! sua desgraçada esta me queimando! desgraçada vou te matar! voce vai ver --- minha mãe não largou, o manteve ali queimando, esbravejando, chorando, xingando, quando ela achou que já bastava o largou, ele se levantou com o rabo cheio de brasas e, saiu correndo morro a fora, foi um salceiro só, uma vizinha veio perguntar a minha mãe o porque daquilo tudo e, minha mãe respondeu --- eu estava me defendendo, imagina ele quis bater em minha cara e, na minha cara ninguém bate! filho da puta nenhum bate no meu rosto, e, quer saber? foda-se, quero que ele se dane e, no meu barraco ele não entra mais --- e, assim foi, nunca mais eles moraram juntos e, minha mãe nunca aceitou desaforo de homem nenhum e, sempre dizia --- duvido que algum filho da puta encosta um dedo se quer em mim, o próximo que fizer isso eu mato! --- é claro que isso nunca aconteceu mas, ficou uma lição para mim: eu também não aceito desaforo, deu tá levando, me sustento, trabalho, não vejo porque aceitar nada de ruim de homem algum, e, ainda mais hoje em dia quando temos a lei maria da penha á nosso favor: pensem nisso.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
coisas de criança.
de vez em quando a gente enlouquece, me recordo de uma vez em que minha mãe me chamou e disse --- cristiane, vai lá na casa da ingridi e, pede pra ela um cigarro ( minha mãe tinha o péssimo hábito de pedir as coisas aos vizinhos, mania essa que eu detestava, ate hoje, detesto) mas fazer o que? desci as escadas caminhei pra casa de dona indridi, chegando no portão --- dona ingridi, ooo dona ingridi! --- ela vem ate a porta --- o que foi cris? --- minha mãe disse, se a senhora, pode mandar um cigarro pra ela? --- ih, minha filha diz pra ela que meu marido saiu pro trabalho e, não deixou ném um centavo, e que que não tenho cigarro, se eu tivesse estaria nas mãos dela, ta bom?! --- tá, tá bom --- respondi, voltando pra casa, entro casa á dentro minha mãe esta sentada no sofá --- e, ai cade o cigarro? estou doida pra fumar! --- pediu minha mãe --- olha a dona ingridi disse que não tem não, o marido dela saiu e, não deixou um centavo sequer pra ela, foi isso o que ela disse ---pronto!vai começar --- porra, caralho! duvido que ela não tem cigarros, ela não fica sem fumar, nem pelo cacete! filha da puta me negando cigarros, é mas ela vai ver, ah se vai! quando eu tiver um baseado aqui, que eu chamo ela pra fumar comigo, aqui ---, fazendo o gesto de banana --- e, quer saber de uma coisa? diz pra ela enfiar o cigarro dela no olho do cu! é enfia no cu ---. ouvi tudo, me retirei, voltei na casa de dona ingridi, --- dona ingridi, o dona ingridi, --- ela abriu a porta --- o que foi cristiane? --- minha mãe mandou dizer que é pra voce enfiar o cigarro no olho do cu, é pra enfiar no olho do cu, ela disse --- dei o recado me retirei dona ingridi ficou ali, para olhando pra mim sem nada dizer --- voltei pra casa continuei brincando no quintal, dai a pouco me vem dona ingridi --- benedita, benedita! ooo benedita! eu tinha que vir aqui falar contigo, o que é isso? voce me mandar um recado daqueles, poxa vida fiquei muito triste --- minha mãe --- mas, que recado? eu não mandei recado nenhum! --- a mulher estava chorando --- voce mandou sim! a cristiane chegou lá em casa e, me disse que voce me mandou enfiar o cigarro no olho do meu cu --- aah! benedita o que é isso? poxa quando foi que eu já neguei alguma coisa pra voce? francamente? estou muito triste --- minha mãe --- mas, mas, essa menina ta maluca! eu não mandei ela falar isso não! juro por deus, por tudo o que é mais sagrado! eu jamais ia mandar uma coisa dessa, essa menina ta é doida! pelo amor de deus, senta aqui, vem cá, me espera aqui que eu já volto --- dona ingridi se sentou e, esperou quando minha mãe voltou veio trazendo cigarros, maconha, e uma dose de conhaque, tomaram, fumaram, riram pra caramba, ao cair da tarde dona ingridi foi-se embora levando uns cigarros que minha mãe tinha dado pra ela --- minha mãe me chama ---, cristiane, vem cá que idéia foi aquela de ir la falar aquilo? eu mandei voce fazer isso? --- e, eu --- mandou, voce falou vai lá e, diz pra ela enfiar o cigarro no olho do cu, voce disse --- minha filha eu sei, só que aquilo é maneira de se falar, não era pra voce ir lá na casa dela e repetir --- depois me olhando disse --- é, eu sei, eu errei tenho que tomar cuidado com as coisas que eu falo perto de voces.
minha mãe.
de uns dias pra cá venho sentindo falta de minha mãe, criatura estranha teve cinco filhos, não criou nenhum, dois com o mesmo marido os outros cada um de um pai, do pouco tempo em que vivi com ela me lembro da miséria reinante, da fome que nos corróia as entranhas, ela sempre se drogando, com todo tipo de drogas, de maconha á chá de trombeta, passando pelo conhaque, que tomava em doses cavalares, os espancamentos me doem até hoje, sei lá porque mas me lembro dela, sempre pronta a ajudar os outros, e dentro de casa um caos, sempre com uma palavra amiga pros outros, pra nós sempre porradas, pra nós sempre o abandono, os castigos fisicos, os xingamentos, os maus-tratos de todo tipo, ao contrario do que possa parecer era/ é uma mulher muito bonita, inteligente mas, má que dava dó, conosco filhos é claro --- pra dizer a verdade acredito que minha mãe nunca deveria ter tido filhos, sabe aquelas pessoas que não são talhadas pra certos tipos de situação? assim era minha mãe, ela era ou é da vida, gosta de beber, se drogar, dançar, virar a noite, mas nunca pra ter filhos, nunca pra ser mãe. então quem se arrisca? olhe pra dentro de voce e veja, pense, se pergunte. eu tenho condições de realizar tal coisa? ou serei um bom pai? uma boa mãe? pense bem, voce pode não saber, dependendo dos seus atos voce poderá estar machucando alguém para sempre, voce poderá estar causando dores incuravéis, em pessoas que não pediram tais dores, tais magoas, tais machucados. pense nisso.
minha irmã.
--- tenho uma irmã que tem vinte anos, a mulher é um porre eu a amo, do fundo do meu coração mas, não dá, é sempre assim; ai como eu sou infeliz!, meu deus como eu sofro, vou sair pra me reencontrar --- e o pior é que quando sai só faz bobagens, a criatura esta sempre com problemas,se lamentando, quer um marido, mas só vai a lugares errados, quer boas amizades, mas só anda com gente de mau caráter --- já disse pra ela que marido não é sinonimo de felicidade pra ninguém, mas quem disse que a criatura quer saber, disse á ela que, o que nos traz felicidades é, trabalhar, estudar, ela já foi dispensada de mais de tres escolas, não consegue manter um emprego se quer, não consegue manter amigos legais, leais, infelizmente eu sei do que ela sente falta --- eu também sinto --- mas não há nada que possamos fazer pra mudar isso, a não ser isso --- trabalhar, estudar, fazer amigos legais e, leais, ir a bons lugares, ler um bom livro, ver um bom filme na tv, e, as vezes vale ate tomar um porre, costuma dar certo, rezar também da certo, pagar contas, ter com quem se preocupar, funciona que é uma beleza, uma pessoa nos azucrinando o juizo nos põe em alerta total, em fim viver é isso o resto é bobagem. mas se quiser e puder terapia também funciona.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
papo de homem.
estava voltando pra casa, entrei no onibus, me sentei as cinco e quarenta e cinco, o coletivo não estava lotado, pra dizer a verdade quem me conhece sabe, que ao entrar num onibus e, me sentar estou sempre com um livro ou jornal em mãos, é meu momento antes de retomar a rotina de casa, me sento e, começo a ler. e neste contexto estou lá sentadinha no meu lugar quando no banco atrás de mim se sentaram dois amigos, francamente parei de ler e, me liguei no papo deles que reproduzo aqui na integra: e, ai cara?! como é que tú tá --- to bem! e voce!? --- me diz uma coisa, voce vai pro forro hoje? --- porque eu não vou perder isso por nada ---hué! mas e a sua dona? ( esposa) --- larguei aquele troço, mulher filha da puta! só me deu desgosto, e prejuizo, graças a deus que eu não tive filhos com aquela miséria, só queria gastar meu dinheiro, vivia fazendo conta, comprando fiado, e, quando eu chegava lá vinha ela --- meu amor tem que pagar isso, tem que pagar aquilo, agora, me pergunta se minha janta estava pronta? me pergunta se a casa estava arrumada? me pergunta se ela se levantava pra fazer um café pra mim, de manhã cedo, vai pra puta que pariu! --- poxa cara, mas voce esta muito revoltado, as coisas não podem ser levadas assim, dá um desconto --- olha só voce ainda é novo, só namora, mas espera ate voce se casar, pega uma vaca dessas e coloca dentro de casa pra voce ver, elas mudam cara! de repente aquela criatura doce, amorosa, carinhoso, que só te queria fazer feliz começa a fazer um monte de exigencias que não da pra cumprir, e o pior elas querem sempre mais e, mais, quanto mais voce da, mais elas querem, quer saber de uma coisa? vou contar pra voce a última dela. em julho foi meu aniversário, tudo muito lindo, tudo muito bom! ela vem e, me diz" amor vou fazer uma festa pra voce,( com o meu dinheiro)" tudo bem dei pra ela a grana ela preparou tudo no sábado, ficou bacana, chamou a minha mãe, uns amigos, ficamos por ali comprou ate presentes pra mim! um par de tenis que eu estava querendo há um tempão, uma camisa bem bacana, e uma calça jeans cheias de bolsos que eu já vinha olhando há bastante tempo, tudo deu seiscentos reais, acabou a festa os dias se passaram e a gente se separou, como a gente não tem filhos ela foi embora, é claro que primeiro me xingou, fez escandalo na porta da minha casa, em fim ela me esculhambou, acabou comigo, mas tá tudo certo estou eu aqui tranquilo e calmo, quando começou, chegaram as cobranças mas eu não comprei nada! ligavam no meu celular, ligavam no meu trabalho, já estava virando um inferno, semana passada quando eu chego em casa tem pra mim uma intimação, minha mãe recebeu, tudo bem! olhei o dia marcado, compareci e, sabe o que era? ela teve a cara de pau de me processar, me pos no pau, me levou no juiz, quer indenização é mole? --- e, ai cara? o que é que voce fez? --- pra não me aborrecer estou pagando ném discuti, concordei e pronto ate os presentes que ele me deu ela esta cobrando, sendo que eu dei o dinheiro pra ela pagar --- voce não contou isso pra juiz? --- pra que? pra me aborrecer mais ainda. deixei pra lá, é por isso que agora eu estou só na gandaia, não quero saber de compromisso com filha da puta nenhuma! como e largo pra lá, que se dane, e já prometi pra mim mesmo mulher pra mim só minha mãe, essa sim! me ama de verdade ---. o interlocutor dele falava pouco, mas ouvia do que respondia, queria muito me virar e ver quem era este homem tão revoltado com as mulheres mas não o fiz, nem mesmo quando ele passou por mim e desceu do onibus, esperava que ele fosse passar em frente a minha janela mas ... ele atravessou na frente do coletivo. me pus a pensar que tudo que ele disse não passava de bobagens, a gente sabe que assim que passar por ele uma mulher linda, perfumada, de olhar insinuante, bunda grande, peitos arribitados, ele vai cair de amores, se vai dar certo ou não ai é outra coisa.
domingo, 4 de outubro de 2009
reaproveitamentos.3 doação de orgãos.
" já fazia tres meses que meu irmão estava em coma, lá no miguel couto ( leblon, r-j ) agora ele estava na ui, unidade de tratamento intensivo, numa certa manhã de visitas chega eu na enfermaria, a neurocirurgiã estava presente, converso com a enfermeira e, esta por sua vez me aponta a médica ali presente, vou ate ela e digo quem sou, a conversa foi direta e clara --- como eu gosto, me pergunta ela --- voces tem pai? --- não --- mãe? --- também não --- respondo eu --- olha --- continuou ela --- vou ser bem clara com voce, a situação do seu irmão é bem ruim, embora ele seja jovem, forte, sadio, ele não sairá daqui, já que ele não reage a nenhum estimulo, já foram feitos todos os testes possivéis e imaginaveis, e, nada ele não reage a nada, se sair, veja bem se sair daqui ele sairá, cego, surdo, mudo, não andará, ele não vai se mexer, será um vegetal, mas com toda segurança eu te digo, ele não sobrevive ---, eu já " sabia" disso mas fiquei ali parada sem saber o que dizer, e ela ainda disse --- dou pra ele mais uns dois ou tres meses, mas ele vai morrer, seja por falencias de orgãos, seja por contaminação por bactérias, bom de qualquer maneira daqui ele não sai ---. me disse tudo isso com a maior calma do mundo ( acho que todos os médicos são assim) depois disso fiquei pensando que apesar de tanta informação não foi dito nada, nada sobre doação de orgãos, haja vista que meu irmão era forte, jovem, sadio como ela mesma disse. mas ... também não sei se eu autorizaria tal coisa, não é por dogma, religião ou qualquer outra coisa, a questão é que a toda hora vemos na tv, como a coisa funciona, outro dia mesmo vi uma reportagem sobre um médico que vendia lugares na fila de transplantes pra doentes ricos, ou seja quem pagava bem passava na frente, e os pobres que esperavam pelo sus, se ferravam, foi um escandalo, mas ... nunca mais ouvi qualquer coisa sobre o assunto, pelo que vejo na mesma tv, em são paulo a coisa vai bem, lá a coisa anda eles me parece tem um esquema legal, que da certo, de qualquer maneira meu irmão morreu, levando com ele tudo o que deus lhe deu, eu fico aqui na minha,pensando se deixo ou não me reaproveitarem
reaproveitamentos.2
no primeiro reaproveitamentos não pude concluir meu pensamento ---, marido querendo jantar, filha, querendo mamar, assim não da --- mas vou tentar, noto que nos super- mercados estão vendendo sacolas de pano --- ecólógicamente correta ---, dizem eles --- agora querem também que nós reciclemos as garrafas de refrigerante de plástico que eles inventaram --- ao passo que como eu já disse anteriormente --- não vemos garrafas de cachaça e, nem de cervejas jogadas fora, pra falar a verdade eu pego todas as sacolas de plástico que eu posso no super-mercado querem que reaproveitemos sacos plástico, caixas de leite vazias, vidros de perfumes e, desodorante de plástico, bandejas de isopor, aquelas que costumam vir com, carne, doces, pães doces, caixas de ovos vazias, em fim dai a pouco vão nos transformar a todos em catadores de papelão --- ou borro sem rabos, é como se diz lá no rio de janeiro ---, nada contra, mas porque, porque inventam essas coisas? só pra nos atormentarem depois, mas sabem o que é isso? é a sindrome de maria vai com as outras --- ou seja bastou os estados unidos da américa do norte, dizer que era bom, nós aqui os terceiros mundistas, corremos atrás, últimamente implicaram com as colheres de paus e todos os utensilios de cozinha que eram de madeira, não pode, não pode! tem de ser de plástico! e quem é cozinheira sabe aquelas coisas de plástico --- colher de pau, concha, escumadeira, soquete pro alho, ficar bem amassado, as colheres pra tirarem a comida da panela são uma droga! uma verdadeira droga,não valem nada, ficam moles, derretem ao menor sinal de calor, mas quem se importa? os americanos disseram que era bom, vão nos empurrando tudo goela a baixo, de minha parte faço-lhes uma confissão; mantenho em minha casa um soquete de madeira, e um amassador de alho feito de pinho por meu pai, tenho também várias colheres de paus, minha comida tem-se saido maravilhosa, mas as vezes enquanto mecho a panela fico com uma sensação de que estou cometendo um crime:
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
reaproveitamentos.
---- de uns anos pra cá, algumas coisas tem me irritado bastante, por exemplo? essa onda de salvar a natureza e, de reaproveitamento de tudo ---, eu até reaproveito algumas coisas mas tem troços que me tiram do serio quer ver uma coisa? me digam com sinceridade alguém acha por ai garrafas de cachaça e de cerveja jogadas nos, rios nos valões, nos bueiros? não! e sabem porque? porque as tais garrafas são retornavéis --- ou seja elas retornam ao fabricante, que as reutilizam, simples assim --- agora andam com a moda das sacolas ecológicamente corretas --- agora me digam pra que foram inventar esta coisa de sacolas de plástico? só pra chegar agora e, nos dizerem que não é legal, quando eu era criança --- coisa que não faz muito tempo --- usava-se sacolas de papel, com alças de plástico, ia-se ao mercado fazia-se as compras punha-se nas sacolas de papel, estas por sua vez eram guardadas como se valessem ouro, muitas e, muitas vezes vi meu pai retirando as compras das tais sacolas, depois dobrava-as com todo cuidado e carinho. guardando-as pro próximo mes, assim simples como deve ser as coisas garrafas de refrigerantes? ninguém nunca via uma se quer jogada por ai porque ao se comprar o tal produto tinha-se que levar a garrafa, por tanto vamos pensar nisso, que tal voltar-mos as coisas simples da vida? creio que já é um começo, vamos pensar juntos o que mais te irrita? me conte.
domingo, 27 de setembro de 2009
o novelista me enganou.
o novelista me enganou, me enganou porque me sentei diante da tv, pra ver a estreia de "viver a vida" fiquei parada esperando as belas imagens do leblon, minha terra natal, e, nada, nenhuma imagem se quer, de repente surge um mar verde, umas pedras, era bonito mas, não era o que eu esperava tá tudo bem era buzios, mas eu não conheço buzios, eu conheço o leblon, suas ruas, sei o nome de quase todas, suas esquinas conheço todas, seus cheiros, sim há cheiros maravilhoso no leblon, em fim continuei ali acompanhando cada capitulo, novela vai, novela vem, corta pra casa da helena e, e não é que ela mora no jardim botanico?!como pode isso? uma helena que mora no jardim botanico? eu francamente não gosto do jardim botanico, considero-o um bairro apenas de passegem, sei lá, não tenho nada pra dizer sobre este bairro, acho-o impessoal e pronto, tá bom tem lá um ambulatório que eu usei durante bastante tempo, tem tambem a sede da rede globo, mas interessante mesmo é o leblon, quanto a praia, o mar eu nem vou falar nada, mas os bares, só quem já tomou um chop no balcão do bar escondidinho sabe do que eu estou falando, quem já comeu uma pazza da guanabara me entende perfeitamente, e o pão da rio lisboa? é uma loucura! e o jobi? e a padaria regininha? e o talho cabichaba? com seus impadões maravilhosos? a praça antero de quental que maravilha é claro que a gente não frequenta muito, mas a gente sabe que esta ali, ao nosso alcance, então estou com saudades de tudo isso esperava ao menos rever alguma coisa atravez da novela, todo mundo caminhando no calçadão ( coisa que não é pra todos, afinal nós a maioria temos que ir trabalhar beeem cedo) mas continuei ali firme esperando e... tome buzios, tome jardim botanico, mas eis que depois de quase duas semanas de novela vejo ao longe uma imagem, sim! é o leblon, esta meio fora de foco mas eu conheço aqueles contornos, aquele morro ao fundo, aquele hotel ali no canto esquerdo, aquele fim de praia, aquela avenida lá no fundo que corta uma montanha, sim! eu conheço aquele pedacinho de mar ali na frente, olha, olha lá as ilhas cagarras! a ilha baleia, lá de casa da pra ve-la olha, olha lá a ilha do farol. corta pra ... buzios de novo. eu quero ver o leblon e, quem sabe me animo faço minhas malas, pego minha filha e vamos todos pro leblon. a autora esta cheia de saudades.
domingo, 20 de setembro de 2009
... sempre me achei uma pessoa sem grandes apegos mas ... ao ficar quinze dias sem conexão quanto desespero! entrei em crise, um desespero tomou conta de mim, me senti vazia e agora? como colocar pra fora tanta coisa? como expor minhas idéias? --- já que eu não uso mais agenda --- agora tudo é assim me incomodou ponho na rede, não estou legal, vai pra rede também, sabe, nem ligo pra celular ---, já tive dois --- mas sem computador, não dá. gosto de "ver" meus amigos mandar menssagens legais, olhar as fotos dos outros ---. não que eu não seja uma pessoa de amigos reais, sou comunicativa, expansiva, adora conversar --- pessoalmente --- mas depois de cuidar dos meus afazeres como mãe e mulher, na madrugada depois que a casa dorme, me sinto livre pra digitar e navegar por onde me der na telha, escrever dar uma espiadinha no orkut dos outros --- sem má intenção --- porque eu sou do bem --- por tanto voce ai do cabo, voce ai da conexão nunca mais me deixe sem comunicação ... ate porque assim eu não vou te pagar, e pra seu governo eu estou anotando todos os dias em que fiquei sem a minha rede, sem me comunicar. sem mandar menssagens legais pros meus amigos; e como já dizia minha mãe " quem não tem competencia não se estabelece"
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
criança sabe das coisas( antevendo o futuro )
nesta época eu deveria ter mais ou menos uns sete ou oito anos, morando com minha mãe já no beco da maré, la no vidigal, minha mãe tinha um amigo chamado chico, um mulato bonito, alto, magro, olhos pequenos, que quando chegava no samba não tinha pra mais ninguém, sempre bem vestido dizia-se que ele trabalhava pra uma empresa de elevadores. me lembro dele sempre de roupa branca, sapatos brancos, boina de lado e, um perfume as cabrochas ficavam enlouquecidas com chico, mas chico não queria nada com ninguém, queria sim era curtir a vida, namorar, trabalhar, se arrumar e, ajudar a mãe dele já bem idosa na época, da minha parte eu gostava do chico apenas por causa do apelido é que na época tinha um samba que fazia o maior sucesso e que dizia assim" lá na minha bocada a criola do chico pedia socorro, pulava e, gemia, e o coro comia, a nega apanhava igual a um ladrão, é isso aconteceu numa madrugada de segunda feira, o chico voltava lá da gafieira, e, encontrou um esperto no seu barracão, ele disse que, quem usa antena é televisão, e só estava cobrando da nega esta vacilação" e por ai á fora o raio era que eu não podia me encontrar com o chico, era automatico ao ve-lo me lembrava da musica, olhava pra ele e, começava a rir, era inevitavél, as vezes ele vinha ate mim e perguntava --- o que é menina? toda vez que voce me ve, me olha e fica rindo, o que foi? --- e eu --- nada, não é nada --- mas uma vez ele comentou com minha mãe e, ele veio ate mim --- cristiane me diz uma coisa, porque é que toda vez que voce encontra o chico voce fica rindo? --- olhei pra ela e respondi --- é por causa da musica --- e, minha mãe --- que musica? --- aquela do bezerra da silva, la na minha bocada, a griola do chico pedia socorro --- ha! entendi, mas voce tem que parar com isso, ele veio me dizer que toda vez que ele te encontra voce olha pra ele e ... começa a rir ---, pra dizer a verdade minha mãe também riu, ela achou engraçado eu mesmo sem saber ler ter associado a musica com o nome do amigo dela, mas não teve jeito era só encontrar o chico e o riso vinha fácil, ele vendo que não tinha jeito ria também, mas sempre com aquele enigma " do que será que esta menina ri?" --- bom o tempo passou e, não é que o chico se enamorou de uma cabrocha? marina, mulata, bonita, cabelos pretos, lisos de hene, corpo bem feito daqueles que os homens param pra olhar, ela sempre linda dava gosto de ver os dois no samba, bailavam na mais completa harmonia, bom, foram morar juntos, chico o mulato faceiro, namorador agora era casado, e bem casado, diga-se de passagem, depois tiveram um filho e, o chico começou á definhar, o homem foi se acabando de uma tal forma que dava até medo, já não tinha mais o sorriso bonito de antes, já não andava mais tão alinhado como antes --- meu deus, o que aconteceu com o chico? eu continuei cantando a musica do chico, pra dizer a verdade eu não sabia muito o que queria dizer mas ... de repente começaram o diz, que diz ---, poxa que mulher filha da puta! --- dizia um --- puta que pariu, quanta sacanagem com o cara, ele não merece isso --- dizia outro --- minha mãe uma vez disse --- a marina esta sendo muito piranha, com o chico! --- custei a entender o que tudo aquilo queria dizer mas, sabia que não era nada bom, e, eu parei de cantar a tal musica, quando me encontrava com ele não sei porque mas pra mim já não tinha mais graça, a medida em que o tempo ia passando o chico ia cada vez mais definhando e, eu sem entender nada, mas um dia eu entendi --- e, deu-se que com chico cada vez mais acabado marina tomou-lhe a casa, pondo o pobre chico pra morar no porão de sua própria casa, marina deu-lhe uma cama de solteiro uns lensois e, pronto, colocou outro homem dentro de casa e, cada vez mais bonita foi viver a vida, agora mal se via o chico na rua se aposentou, a ultima vez que eu o vi estava um farrapo, chico morreu, o filho deles cresceu, virou bandido, marina também se engraçou com um malandro que tinha por lá, como estas coisas nunca dão certo, um dia a maladrandagem se aborreceu com ambos, mãe e filho, botaram os dois pra fora de casa só com a roupa do corpo tomando-lhes a casa. não sei se chico chegou a bater em marina, mas acho que se ele tivesse feito isso ela não teria agido da maneira como agiu, depois de tudo nunca mais se ouviu falar de mãe e filho; chico descanse em paz.
ter com quem compartilhar. ( amizade )
um ano depois da morte de papai me mudei aqui pra paraiba do sul, bairro liberdade pra ser mais exata. continuei trabalhando no rio de janeiro, e, vindo pra casa nas sextas feiras, as vezes quando eu passava na rua tinha um senhorzinho que ficava sempre me olhando mas nunca dizia nada, e assim foi durante um certo tempo, se eu ia na padaria la estava o senhor me olhando, se eu ia no mercado la estava ele. poderia dizer que ele estava me paquerando mas não era verdade, pois uma vez olhei bem no rosto dele e não vi nenhuma má intenção, por tanto me comer ele não queria, este senhor tinha um bar la na rua principal, não era grande coisa mas ele estava sempre por la, no começo os olhares dele até que me incomodaram mas depois de um tempo eu já nem ligava mais, desta forma numa sexta la vem eu chegando do rio de janeiro, meu namorado ( atual marido ) me diz cristiane, vamos tomar uma cerveja la pelo bairro mesmo? --- tá, tudo bem ---, olha me diz ele --- vamos la no bar do seu "cornel" --- chegamos sentamos eles já se conhecem --- seu cornel, me tras uma cerveja bem gelada, por favor! --- ele tras --- meu namorado diz --- e, ai seu cornel gostou da minha namorada? bonita ela, né não? --- senhor cornel apenas sorri, concordando --- percebo que o bar é pobre não tem quase nada, nas prateleiras, poucas garrafas de bebidas, o freezer então só tinha umas dez cervejas, coisa que pra mim e meu namorado era fichinha, ficamos por ali bebendo e jogando conversa fora --- vem, seu cornel senta aqui com a gente --- chama meu namorado --- ele aceita o convite, ele não bebe apenas conversa conosco --- pergunto pra ele o porque de o bar ser tão vazio e, porque ele não coloca mais bebidas, biscoitos, balas, cervejas ali já que o ponto dele é muito bom, imagina na beira da rua principal --- a resposta dele me comove --- me diz ele --- minha filha isso aqui é só pra eu passar o tempo, já sou aposentado, ver a molecada passando, trocar idéias com a juventude, fico aqui só olhando o movimento da rua ---. mas o senhor poderia ficar em casa, com sua esposa, o senhor tem esposa, não tem? --- sim eu tenho, tenho filhos e filhas, netos já estou com setenta e poucos anos, mas eu gosto mesmo é de ficar aqui, eu me distraio mais e, depois em casa ninguém quer conversar, ninguém tem tempo pra nada, a molecada da rua me dá mais atenção do que os meus meninos --- fiquei triste, não quero envelhecer assim mas pra arrematar ele me pergunta --- me diz uma coisa é verdade que voce é filha do joão bispo? --- abri um sorriso --- é verdade sim, porque? --- seu pai foi um grande amigo meu desde a meninice, na juventude antes dele ir pro rio de janeiro, nós trabalhamos juntos la na ceramica, eu conheço sua familia desde que eles vieram la de matias barbosa pra cá ( m-g ) --- agora entendi os olhares, apesar de ser mulher me pareço muito com meu pai --- ai ele arrasou comigo --- sabe minha filha quando a gente envelhece é estranho ver os amigos da gente indo embora, morrendo, me sinto muito só sem referencias da juventude, sem alguém que tenha vivido as mesmas coisas que a gente, é muito dificil, por isso abri isso aqui, só pra eu ficar aqui o dia e a metade do noite, a meninada me respeita, eu conto piadas, "causos" eles ficam rindo eu ouço as coisas deles também e, nós vamos levando, quando eu soube que seu pai morreu fiquei muito triste, ele um dos ultimos amigos meus que ainda estão vivos,ainda tem uns por ai mas da juventude só ele, já fazia um bom tempo que a gente não se via mas, eu sabia que ele estava "lá "é minha filha é fogo, a velhice não é mole não ---. pra mim foi um momento de poesia, não disse mais nada, ficamos ali papiando e, tomando cerveja, depois disso quase toda sexta feira nós eu e, meu namorado sempre iamos ao bar do senhor cornel tomar cervejas e ouvir as histórias que ele contava sobre a juventude dele e de papai, as caçadas, as paqueras, os bailes, eu saia de lá muito feliz. já faz uns anos que o senhor cornel morreu, mas eu sei que nunca vou me esquecer do olhar daquele senhor que ao me ver se lembrava de meu pai.
a declaração de amor mais bonita de toda minha vida.
essa é mais recente, anos noventa pra ser mais exata; papai e, eu sempre tivemos um bom relacionamento, as vezes no fim da noite quando eu chegava do trabalho, papai se levantava e, vinha conversar comigo, coisas do tipo --- oi! minha filha como esta? trabalhou muito hoje? voce vai jantar? fiz um rango especial hoje, na realidade papai me chamava era de fiote --- que queria dizer. filhote ---. papai também cozinhava muitissimo bem, bom as vezes ele inventava umas coisas que não davam certo, mas quem é o cozinheiro que nunca inventou algo? e que deu errado --- que atire a primeira pedra --- bem, como eu ia escrevendo, era sempre assim, em quanto eu jantava papai ia me contando as noticias do dia, e, eu narrando como fora o meu dia, sempre tivemos dificuldades em lidar com minha mãe( principamente eu) sempre busquei entende-la compreender os pontos de vista dela --- desta forma estamos lá na sala eu e, papai conversando nós eu e, meu pai sempre conversamos sobre tudo, jogo aberto mesmo, e foi neste contexto que eu perguntei --- papai o senhor já usou drogas? --- ele sem rodeios me diz --- sim, eu já usei. usei cocaina na minha juventude assim que cheguei aqui no rio de janeiro, comecei á trabalhar a ganhar dinheiro, e depois era moda, quando eu conheci sua mãe ela já usava, as vezes a gente ficava muito loucos juntos ---, eu não esperava nada mais do que a verdade de meu pai --- mas me diz uma coisa porque o senhor deixou de usar e a bene não? --- olha minha filha, sua mãe eu não sei dizer, mas depois que eu fui morar com ela e, voce nasceu, eu olhei bem pra voce ali tão pequenininha, vi que voce iria precisar muito de mim, então eu parei; desde que voce nasceu eu nunca mais usei cocaina. e eu já contava vinte e cinco anos
água no fogo; ou cuidado com o que pede.
apesar de todas as dificuldades, morar com nossa mãe as vezes tinha lá seus lances engraçados como este. numa certa tarde la nas quebradas do morro do vidigal, minha mãe me diz --- cristiane, vamos fazer um café? olha faz o seguinte --- me dizia ela --- pega esse dinheiro ai e, vai la em baixo comprar pão e leite, em quanto isso eu vou fazendo o café, minha mãe ficou na casa juntamente com meu irmão do meio, átila mas o menor athos, e, eu fui na rua comprei o pão, leite, manteiga, retornei pra casa. quando chego vejo que ela ainda não tinha feito o café, ela até pos a água pra ferver mas, se distraiu vendo televisão --- bene, cheguei! --- anunciei --- mas já!? voce foi muito rapida! eu ném fiz o café.vai arrumando as coisas ai em cima da mesa que eu já vou, acho que a água do café secou, átila! o átila! --- chamou minha mãe --- pega a leiteira e coloca água no fogo, ai pra mim --- meu irmão nesta época tem apenas, sete ou oito anos ---, estou eu lá arrumando os comes e bebes em cima da mesa, minha mãe firme assistindo televisão e, dando as ordens, de repente me viro paro, olho pra cozinha lá vem meu irmão com a leiteira cheia d'água, meu irmão se aproxima, para diante do fogão e... joga toda a água em cima do fogão! por uns instantes fiquei perplexa, meu deus do céu! corri desliguei o gás e, continuei parada olhando a cena, minha mão já se levantando do sofá chega na porta da cozinha e grita --- o que foi isso? --- eu respondo --- voce mandou o átila colocar água no fogo e, foi o que ele fez ---, mas... mas ...não era isso, era pra ele por a água dentro do bule, porque a que estava lá já secou, eu vou matar esse menino! --- gritava ela --- eu vou encher ele de porrada! filho da puta! burro! --- e, eu ali olhando me virei e, disse --- não, voce não vai bater nele, ele não teve culpa, voce mandou ele colocar água no fogo e, foi o que ele fez. ele é criança não pode entender as nuances das palavras e, depois porque voce não fez este café? já fui, já voltei to ai arrumando tudo e, esse café não sai ---. meu irmão se agarrou em minhas pernas ante vendo os tapas que viriam. mas nos olhamos, olhamos pro fogão e, pra carinha do átila e... caimos na gargalhada, rimos á valer ele também; até hoje me divirto pensando nisso.
sábado, 29 de agosto de 2009
--- na realidade quando eu criei este blog, minha intenção era tão somente complementar o meu livro que já esta pronto, divulgando algumas historias que eu não consegui encaixar, porque escrever num caderno é facil, mas na hora de transcrever tive dificuldades, algumas historias não deu pra passar pra tela, acho que isso ocorre com quase todos, então pra não ficar uma coisa forçada o que deu, deu, o que não deu deixei de fora, mas... percebi que tenho muito pra dizer, muito o que por pra fora, extravasar mesmo, no momento pode parecer que escrevo coisas sem nexos, mas pra algumas pessoas bem que vão fazer sentido, desta forma não vou mais ficar divagando só de vez em quando. mas pra não fugir a regra vai ai mais um. na próxima vida quero reencarnar... como cachorro, pra ir a pet chop, fazer radiografia quando necessário, ter " médico" vinte e quatro horas nas emergencias, pra ter banho de ofuro, fazer as unhas, tosa, em fim todo o amor e carinho que um cão merece.
momento mulher; sempre que leio estas revistas femininas, fico imaginando como pode elas nos dizerem que, é possivél ser-mos mãe, trabalhadora, mulher, amantes, gostosas e, donas de casa, pois eu digo é impossivél, eu pelos menos não dou conta de tudo isso, ou sou mãe ou sou gostosa, ou bem sou trabalhadora porque francamente tudo junto não da. quando eu era solteira e só trabalhava dava pra ser gostosa e linda, e mãe também, já que o fui com 17 anos. agora com marido dois filhos a coisa não esta fluindo, minha filha de tres anos me exige constantemente, meu marido diz que dou mais atenção pra criança do que pra ele, meu filho que é um amor de rapaz, deixa roupas jogadas pela casa, não lava o prato que come, e, eu ainda trabalho oito horas por dia! minha rotina é pesada e, começa cedo as seis da matina já estou de pé, ( e olha que eu detesto acordar cedo) me levanto, me asseio, faço café, arrumo a casa, lavo banheiro,arrumo a cozinha, deixo a janta semi pronta, ponho roupas na maquina, as sete levo minha filha pra creche, volto pra casa, termino algo que estava fazendo, tomo banho, me arrumo saio pro trabalho, se tenho grana vou de onibus, se não vou de a pé mesmo o que da uns vinte minutos, meu marido diz que é bom pra saude, mas experimente fazer esta rotina todo dia quase morro. no fim do dia volto pra casa apanho minha filha, chego em casa termino a janta, arrumo a mochila da minha filha pra manhã seguinte, enquanto faço tudo isso ainda brinco com a criança, levo ao banheiro, dou banho, de mamar, faço carinho, vejo como esta o guarda roupas do meu filho, arrumo gavetas, limpo a cozinha, vejo qual será a carne pro dia seguinte, quando vou tomar banho e me deitar já são quase meia noite. então o que sobra? quase nada, desta forma como posso ser, gostosa, amante, linda, a esta altura estou quase morta de cansaço, no bagaço mesmo francamente me deito viro pro lado e... desmaio que amanhã tem mais, mas de uma coisa eu tenho certeza alguém esta mentindo nesta estória.
pra fechar agosto; estou cheia de saudades de meu pai, sinto muito a falta dele, certa vez minha mãe me perguntou ' porque voce gosta tanto do seu pai?' --- me virei pra ela e disse --- é porque ele sempre estava lá ---. ela não entendeu o que eu quis dizer ou talvez ate tenha entendido, quando eu disse "lá" eu quis dizer que era ele que me levava ao medico, era ele quem me dava banho, era ele quem lavava as nossas roupas, nos fazia comida, nos dava carinho, era ele quem nos olhava com amor e, ternura, foi ele quem nos levou a primeira vez a um restaurante, nos ensinou a comer fora de casa, era ele que nos contava as histórias de familia nos falava de sua infancia, e, que infancia! era ele quem punha meu filho pra dormir, seu primeiro neto, era ele quem cozinhava para mim, quando eu muitas e muitas vezes chegava cansada do trabalho, era quem mesmo sem querer me aconselhava, me orientava qual o melhor caminho a seguir. por essas e outras quando vejo nos teles jornais que um pai, estuprou, bateu, espancou seus filhos/filhas fico pasma e, triste me da uma infelicidade tremenda, meu peito se enche de tristeza, um homem não a menor noção do amor que uma/um filho/filha, sente por seus pais. mas a todos os pais maravilhosos que há neste mundo o meu abraço, e o meu respeito, contiuem assim amando os seus filhos por toda a vida acreditem no futuro o retorno será em dobro, fiquem com deus.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
gostaria muito de saber o que leva uma pessoa, esclarecida, bem informada que se diz instruida, a de repente ou uma vez ou outra humilhar e, desfazer de alguém que este julga ser 'inferior'as vezes tenho a nitida sensação de que estes individuos tenham até orgasmos com tais atitudes ---. há algum tempo atrás --- trabalhando em outro estabelecimento de ensino fui abordada pela diretora a referida senhora já foi logo dizendo --- cristiane, como voce deve saber eu, vejam bem ---, eu sou formada em pedagogia --- dai em diante a coisa descambou olhei pra ela e, disse --- e, dai. eu sei, o que é que tem? pronto bastou pra deixar a criatura desestabilisada, ela somente queria me chamar a atenção pelo fato de eu ter interpelado uma criança que estava fazendo um mal feito, ela já não sabia mais o que dizer e a coisa morreu ali --- também já trabalhei com um cidadão que só tratava os funcionários aos gritos --- mas hoje não quero falar de patrões, quero falar das pessoas da classe média que se julgam acima de tudo e de todos, só porque teem um diploma ficam por ali gravitando ao nosso redor, se achando melhores do que os outros estes sim são terrivéis, por qualquer coisa já vão logo dizendo --- sabe com quem esta falando? --- são horrorosas estas pessoas --- nos fazem coisas sem sentidos, nos humilham, as vezes nos acusam de coisas que não fizemos, e, se não temos alguém a quem nos defendam ou se não sabemos nos defender a coisa fica bem ruim. graças á deus sei me defender e tenho tido a sorte de ter sempre pessoas boas e amigas ao meu lado, então vou passando as vezes sei que machuco, as vezes sou machucada isso dói mas fazer o que? e, como dizia meu pai " as pessoas tem que entender que caixão não tem gaveta" então peguem seus diplomas e suas importancias e ... danem-se e fiquem sabendo comigo tem revide.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
---cristiane, eduardo! vem cá! --- gritou nossa mãe --- vem, disse eu pro meu irmão, vamos "ela" tá chamando --- caminhamos pra porta de entrada pois estavamos brincando no quintal, tinha-mos chegado da praia mas não nos atrevemos á entrar no barraco, sabiamos só pelo cheiro que elas estavam fumando maconha, e quando isso ocorria ficavamos de fora, embora eu gostasse muito do cheiro, mas agora ela estava chamando, geralmente quando isso ocorria era motivo de panico, mas agora não, a voz dela estava calma, tranquila, e havia risos dentro do barraco,dando a mão pro meu irmão caminhamos e paramos na porta, logo de frente estavam minha mãe e uma amiga dela que eu não reconheci de imediato ---.minha mãe disse --- olha pra eles, agora me diz, são essas as crianças que voce dava comida la onde voce trabalhava? --- a amiga de minha mãe nos olhou e disse --- é, é eles mesmos! caramba! de onde voce "conhece eles?" ---- são meus filhos ---.apesar de ser criança fiquei chocada com o estado daquela mulher, agora olhando bem pra ela, eu á reconheci,sorrindo pra ela dissemos em conjunto oi! --- nos retiramos ainda deu pra ouvir ela dizer pra minha mãe --- engraçado eu nunca poderia imaginar que estas crianças fossem seus filhos, quando me mandaram embora la do restaurante eu me preocupei muito com eles, fiquei pensando no que seria deles agora? já que eu não estaria la mais pra poder dar as sobras quando eles aparecessem por lá ---.o restaurante se chamava lazanha verde, ficava la no bairro do leblon, na rua dias ferreira, descobrimos o lugar muito por acaso, depois de perambular pelas ruas em busca de alimentos e, de não ter-mos conseguido nada fomos caminhando pelas ruas transversais.já estavamos cansados de tanto andar sem nada ter-mos conseguido quando já no final da dias ferreira, nos deparamos com o lugar, era pequeno um balcão poucas mesas, uma atendente, uma moça bonita, morena olhos claros, cabelos encarocolados, magrinha, mas com uma cara de gente boa,ficamos com medo de nos aproximarmos, já haviamos sidos enchotados de varios lugares, mas... a fome era grande, arriscamos --- moça voce não tem sobra de alguma coisa? qualquer coisa a gente tá com fome --- ela nos olhou, uma olhar carinhoso, fraterno ---, e, disse espera ai ---, sumiu lá pra dentro e, quando voltou, veio trazendo um balde destes de manteiga, cheio de comida, comida que nós, não viamos já tinha dias, comida cheirosa, limpinha, uma delicia --- nos entregou o balde dizendo --- sempre que voces quiserem podem vim aqui, que sempre tem sobras, agora se voces chegarem aqui e, tiver um homem, branco careca, alto e barrigudo, não digam nada passa direto, ele não gosta de dar as sobras e, não vai dar pra voces, ta bom?! e, outra coisa não traz mais gente não, vem só voces dois ---. assim foi, mas nós eu e meu irmão somente iamos lá apenas em ultimo caso, só quando a xepa não era boa, quando nada dava certo, ai sim corriamos la pra dias ferreira. e, nunca contamos nada pra nenhum de nossos amigo, além do mais todos tinham seus lugares secretos, todos tinham seus pontos de xepas em que só poderiam ir, duas ou tres pessoas --- permanassemos com nosso segredo ---- mas de repente ela sumiu, passamos por la numa manhã e, ela não estava, e agora? voltamos na manhã seguinte e, nada nossa bem feitora não estava na manhã seguinte resolvi perguntar por ela agora era um rapaz que estava no balcão me disse ele --- ela não trabalha mais aqui --- olhei pra meu irmão ficamos triste, fomos embora nunca mais voltamos ainda me pus á pensar no que teria acontecido com ela --- mas.... crianças sabe como é esquecemos o fato e, agora ela estava ali bem na nossa frente --- magra, cabelos cortados, sem dentes, os poucos que tinha estavam estragados, roupas envelhecidas, e um sorriso triste, e ainda por cima era amiga de nossa mãe ----me senti infeliz, nunca a esqueci, de vez em quando ainda me lembro dela --- gostaria de ter perguntado pra ela --- e, ai? o que aconteceu? porque voce esta assim? o que houve? --- mas não tive coragem agora já adulta rogo pra que ela tenha superado as dificuldades que a vida nos traz e que esteja bem... pra moça do balcão o meu muito obrigado. o restaurante faliu a alguns anos. apesar de a moça do balcão na época morar no vidigal, eu nunca soube o nome dela, e nunca mais nós a vimos.
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