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2010!

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domingo, 27 de setembro de 2009

o novelista me enganou.

o novelista me enganou, me enganou porque me sentei diante da tv, pra ver a estreia de "viver a vida" fiquei parada esperando as belas imagens do leblon, minha terra natal, e, nada, nenhuma imagem se quer, de repente surge um mar verde, umas pedras, era bonito mas, não era o que eu esperava tá tudo bem era buzios, mas eu não conheço buzios, eu conheço o leblon, suas ruas, sei o nome de quase todas, suas esquinas conheço todas, seus cheiros, sim há cheiros maravilhoso no leblon, em fim continuei ali acompanhando cada capitulo, novela vai, novela vem, corta pra casa da helena e, e não é que ela mora no jardim botanico?!como pode isso? uma helena que mora no jardim botanico? eu francamente não gosto do jardim botanico, considero-o um bairro apenas de passegem, sei lá, não tenho nada pra dizer sobre este bairro, acho-o impessoal e pronto, tá bom tem lá um ambulatório que eu usei durante bastante tempo, tem tambem a sede da rede globo, mas interessante mesmo é o leblon, quanto a praia, o mar eu nem vou falar nada, mas os bares, só quem já tomou um chop no balcão do bar escondidinho sabe do que eu estou falando, quem já comeu uma pazza da guanabara me entende perfeitamente, e o pão da rio lisboa? é uma loucura! e o jobi? e a padaria regininha? e o talho cabichaba? com seus impadões maravilhosos? a praça antero de quental que maravilha é claro que a gente não frequenta muito, mas a gente sabe que esta ali, ao nosso alcance, então estou com saudades de tudo isso esperava ao menos rever alguma coisa atravez da novela, todo mundo caminhando no calçadão ( coisa que não é pra todos, afinal nós a maioria temos que ir trabalhar beeem cedo) mas continuei ali firme esperando e... tome buzios, tome jardim botanico, mas eis que depois de quase duas semanas de novela vejo ao longe uma imagem, sim! é o leblon, esta meio fora de foco mas eu conheço aqueles contornos, aquele morro ao fundo, aquele hotel ali no canto esquerdo, aquele fim de praia, aquela avenida lá no fundo que corta uma montanha, sim! eu conheço aquele pedacinho de mar ali na frente, olha, olha lá as ilhas cagarras!  a ilha baleia, lá de casa da pra ve-la  olha, olha lá a ilha do farol. corta pra ... buzios de novo. eu quero ver o leblon e, quem sabe me animo faço minhas malas, pego minha filha e vamos todos pro leblon. a autora esta cheia de saudades.

domingo, 20 de setembro de 2009

... sempre me achei uma pessoa sem grandes apegos mas ... ao ficar quinze dias sem conexão quanto desespero! entrei em crise, um desespero tomou conta de mim, me senti vazia e agora? como colocar pra fora tanta coisa? como expor minhas idéias? --- já que eu não uso mais agenda --- agora tudo é assim me incomodou ponho na rede, não estou legal, vai pra rede também, sabe, nem ligo pra celular ---, já tive dois --- mas sem computador, não dá. gosto de "ver" meus amigos mandar menssagens legais, olhar as fotos dos outros ---. não que eu não seja uma pessoa de amigos reais, sou comunicativa, expansiva, adora conversar --- pessoalmente --- mas depois de cuidar dos meus afazeres como mãe e mulher, na madrugada depois que a casa dorme, me sinto livre pra digitar e navegar por onde me der na telha, escrever dar uma espiadinha no orkut dos outros --- sem má intenção --- porque eu sou do bem --- por tanto voce ai do cabo, voce ai da conexão nunca mais me deixe sem comunicação ... ate porque assim eu não vou te pagar, e pra seu governo eu estou anotando todos os dias em que fiquei sem a minha rede, sem me comunicar. sem mandar menssagens legais pros meus amigos; e como já dizia minha mãe " quem não tem competencia não se estabelece"

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

criança sabe das coisas( antevendo o futuro )

nesta época eu deveria ter mais ou menos uns sete ou oito anos, morando com minha mãe já no beco da maré, la no vidigal, minha mãe tinha um amigo chamado chico, um mulato bonito, alto, magro, olhos pequenos, que quando chegava no samba não tinha pra mais ninguém, sempre bem vestido dizia-se que ele trabalhava pra uma empresa de elevadores. me lembro dele sempre de roupa branca, sapatos brancos, boina de lado e, um perfume as cabrochas ficavam enlouquecidas com chico, mas chico não queria nada com ninguém, queria sim era curtir a vida, namorar, trabalhar, se arrumar e, ajudar a mãe dele já bem idosa na época, da minha parte eu gostava do chico apenas por causa do apelido é que na época tinha um samba que fazia o maior sucesso e que dizia assim" lá na minha bocada a criola do chico pedia socorro, pulava e, gemia, e o coro comia, a nega apanhava igual a um ladrão, é isso aconteceu numa madrugada de segunda feira, o chico voltava lá da gafieira, e, encontrou um esperto no seu barracão, ele disse que, quem usa antena é televisão, e só estava cobrando da nega esta vacilação" e por ai á fora o raio era que eu não podia me encontrar com o chico, era automatico ao ve-lo me lembrava da musica, olhava pra ele e, começava a rir, era inevitavél, as vezes ele vinha ate mim e perguntava --- o que é menina? toda vez que voce me ve, me olha e fica rindo, o que foi? --- e eu --- nada, não é nada --- mas uma vez ele comentou com minha mãe e, ele veio ate mim --- cristiane me diz uma coisa, porque é que toda vez que voce encontra o chico voce fica rindo? --- olhei pra ela e respondi --- é por causa da musica --- e, minha mãe --- que musica? --- aquela do bezerra da silva, la na minha bocada, a griola do chico pedia socorro --- ha! entendi, mas voce tem que parar com isso, ele veio me dizer que toda vez que ele te encontra voce olha pra ele e ... começa a rir ---, pra dizer a verdade minha mãe também riu, ela achou engraçado eu mesmo sem saber ler ter associado a musica com o nome do amigo dela, mas não teve jeito era só encontrar o chico e o riso vinha fácil, ele vendo que não tinha jeito ria também, mas sempre com aquele enigma " do que será que esta menina ri?" --- bom o tempo passou e, não é que o chico se enamorou de uma cabrocha? marina, mulata, bonita, cabelos pretos, lisos de hene, corpo bem feito daqueles que os homens param pra olhar, ela sempre linda dava gosto de ver os dois no samba, bailavam na mais completa harmonia, bom, foram morar juntos, chico o mulato faceiro, namorador agora era casado, e bem casado, diga-se de passagem, depois tiveram um filho e, o chico começou á definhar, o homem foi se acabando de uma tal forma que dava até medo, já não tinha mais o sorriso bonito de antes, já não andava mais tão alinhado como antes --- meu deus, o que aconteceu com o chico? eu continuei cantando a musica do chico, pra dizer a verdade eu não sabia muito o que queria dizer mas ... de repente começaram o diz, que diz ---, poxa que mulher filha da puta! --- dizia um --- puta que pariu, quanta sacanagem com o cara, ele não merece isso --- dizia outro --- minha mãe uma vez disse --- a marina esta sendo muito piranha, com o chico! --- custei a entender o que tudo aquilo queria dizer mas, sabia que não era nada bom, e, eu parei de cantar a tal musica, quando me encontrava com ele não sei porque mas pra mim já não tinha mais graça, a  medida em que o tempo ia passando o chico ia cada vez mais definhando e, eu sem entender nada, mas um dia eu entendi --- e, deu-se que com chico cada vez mais acabado marina tomou-lhe a casa, pondo o pobre chico pra morar no porão de sua própria casa, marina deu-lhe uma cama de solteiro uns lensois e, pronto, colocou outro homem dentro de casa e, cada vez mais bonita foi viver a vida, agora mal se via o chico na rua se aposentou, a ultima vez que eu o vi estava um farrapo, chico morreu, o filho deles cresceu, virou bandido, marina também se engraçou com um malandro que tinha por lá, como estas coisas nunca dão certo, um dia a maladrandagem se aborreceu com ambos, mãe e filho, botaram os dois pra fora de casa só com a roupa do corpo tomando-lhes a casa. não sei se chico chegou a bater em marina, mas acho que se ele tivesse feito isso ela não teria agido da maneira como agiu, depois de tudo nunca mais se ouviu falar  de mãe e filho; chico descanse em paz.   

ter com quem compartilhar. ( amizade )

um ano depois da morte de papai me mudei aqui pra paraiba do sul, bairro liberdade pra ser mais exata. continuei trabalhando no rio de janeiro, e, vindo pra casa nas sextas feiras, as vezes quando eu passava na rua tinha um senhorzinho que ficava sempre me olhando mas nunca dizia nada, e assim foi durante um certo tempo, se eu ia na padaria la estava o senhor me olhando, se eu ia no mercado la estava ele. poderia dizer que ele estava me paquerando mas não era verdade, pois uma vez olhei bem no rosto dele e não vi nenhuma má intenção, por tanto me comer ele não queria, este senhor tinha um bar la na rua principal, não era grande coisa mas ele estava sempre por la, no começo os olhares dele até que me incomodaram mas depois de um tempo eu já nem ligava mais, desta forma numa sexta la vem eu chegando do rio de janeiro, meu namorado ( atual marido ) me diz cristiane, vamos tomar uma cerveja la pelo bairro mesmo? --- tá, tudo bem ---, olha me diz ele --- vamos la no bar do seu "cornel" --- chegamos sentamos eles já se conhecem --- seu cornel, me tras uma cerveja bem gelada, por favor! --- ele tras --- meu namorado diz --- e, ai seu cornel gostou da minha namorada? bonita ela, né não? --- senhor cornel apenas sorri, concordando --- percebo que o bar é pobre não tem quase nada, nas prateleiras, poucas garrafas de bebidas, o freezer então só tinha umas dez cervejas, coisa que pra mim e meu namorado era fichinha, ficamos por ali bebendo e jogando conversa fora --- vem, seu cornel senta aqui com a gente --- chama meu namorado --- ele aceita o convite, ele não bebe apenas conversa conosco --- pergunto pra ele o porque de o bar ser tão vazio e, porque ele não coloca mais bebidas, biscoitos, balas, cervejas ali já que o ponto dele é muito bom, imagina na beira da rua principal --- a resposta dele me comove ---  me diz ele --- minha filha isso aqui é só pra eu passar o tempo, já sou aposentado, ver a molecada passando, trocar idéias com a juventude, fico aqui só olhando o movimento da rua ---. mas o senhor poderia ficar em casa, com sua esposa, o senhor tem esposa, não tem? --- sim eu tenho, tenho filhos e filhas, netos já estou com setenta e poucos anos, mas eu gosto mesmo é de ficar aqui, eu me distraio mais e, depois em casa ninguém quer conversar, ninguém tem tempo pra nada, a molecada da rua me dá mais atenção do que os meus meninos --- fiquei triste, não quero envelhecer assim mas pra arrematar ele me pergunta --- me diz uma coisa é verdade que voce é filha do joão bispo? --- abri um sorriso --- é verdade sim, porque? --- seu pai foi um grande amigo meu desde a meninice, na juventude antes dele ir pro rio de janeiro, nós trabalhamos juntos la na ceramica, eu conheço sua familia desde que eles vieram la de matias barbosa pra cá ( m-g ) --- agora entendi os olhares, apesar de ser mulher me pareço muito com meu pai --- ai ele arrasou comigo --- sabe minha filha quando a gente envelhece é estranho ver os amigos da gente indo embora, morrendo, me sinto muito só sem referencias da juventude, sem alguém que tenha vivido as mesmas coisas que a gente, é muito dificil, por isso abri isso aqui, só pra eu ficar aqui o dia e a metade do noite, a meninada me respeita, eu conto piadas, "causos" eles ficam rindo eu ouço as coisas deles também e, nós vamos levando, quando eu soube que seu pai morreu fiquei muito triste, ele um dos ultimos amigos meus que ainda estão vivos,ainda tem uns por ai mas da juventude só ele, já fazia um bom tempo que a gente não se via mas, eu sabia que ele estava "lá "é minha filha é fogo, a velhice não é mole não ---. pra mim foi um momento de poesia, não disse mais nada, ficamos ali papiando e, tomando cerveja, depois disso quase toda sexta feira nós eu e, meu namorado sempre iamos ao bar do senhor cornel tomar cervejas e ouvir as histórias que ele contava sobre a juventude dele e de papai, as caçadas, as paqueras, os bailes, eu saia de lá muito feliz. já faz uns anos que o senhor cornel morreu, mas eu sei que nunca vou me esquecer do olhar daquele senhor que ao me ver se lembrava de meu pai.

a declaração de amor mais bonita de toda minha vida.

essa é mais recente, anos noventa pra ser mais exata; papai e, eu sempre tivemos um bom relacionamento, as vezes no fim da noite quando eu chegava do trabalho, papai se levantava e, vinha conversar comigo, coisas do tipo --- oi! minha filha como esta? trabalhou muito hoje? voce vai jantar? fiz um rango especial hoje, na realidade papai me chamava era de fiote --- que queria dizer. filhote ---. papai também cozinhava muitissimo bem, bom as vezes ele inventava umas coisas que não davam certo, mas quem é o cozinheiro que nunca inventou algo? e que deu errado --- que atire a primeira pedra --- bem, como eu ia escrevendo, era sempre assim, em quanto eu jantava papai ia me contando as noticias do dia, e, eu narrando como fora o meu dia, sempre tivemos dificuldades em lidar com minha mãe( principamente eu) sempre busquei entende-la compreender os pontos de vista dela --- desta forma estamos lá na sala eu e, papai conversando nós eu e, meu pai sempre conversamos sobre tudo, jogo aberto mesmo, e foi neste contexto que eu perguntei --- papai o senhor já usou drogas? --- ele sem rodeios me diz --- sim, eu já usei. usei cocaina na minha juventude assim que cheguei aqui no rio de janeiro, comecei á trabalhar a ganhar dinheiro, e depois era moda, quando eu conheci sua mãe ela já usava, as vezes a gente ficava muito loucos juntos ---, eu não esperava nada mais do que a verdade de meu pai --- mas me diz uma coisa porque o senhor deixou de usar e a bene não? --- olha minha filha, sua mãe eu não sei dizer, mas depois que eu fui morar com ela e, voce nasceu, eu olhei bem pra voce ali tão pequenininha, vi que voce iria precisar muito de mim, então eu parei; desde que voce nasceu eu nunca mais usei cocaina. e eu já contava vinte e cinco anos

água no fogo; ou cuidado com o que pede.

apesar de todas as dificuldades, morar com nossa mãe as vezes tinha lá seus lances engraçados como  este. numa certa tarde la nas quebradas do morro do vidigal, minha mãe me diz --- cristiane, vamos fazer um café? olha faz o seguinte --- me dizia ela --- pega esse dinheiro ai e, vai la em baixo comprar pão e leite, em quanto isso eu vou fazendo o café, minha mãe ficou na casa juntamente com meu irmão do meio, átila mas o menor athos, e, eu fui na rua comprei o pão, leite, manteiga, retornei pra casa. quando chego vejo que ela ainda não tinha feito o café, ela até pos a água pra ferver mas, se distraiu vendo televisão --- bene, cheguei! --- anunciei --- mas já!? voce foi muito rapida! eu ném fiz o café.vai arrumando as coisas ai em cima da mesa que eu já vou, acho que a água do café secou, átila! o átila! --- chamou minha mãe --- pega a leiteira e coloca água no fogo, ai pra mim --- meu irmão nesta época tem apenas, sete ou oito anos ---, estou eu lá arrumando os comes e bebes em cima da mesa, minha mãe firme assistindo televisão e, dando as ordens, de repente me viro paro, olho pra cozinha lá vem meu irmão com a leiteira cheia d'água, meu irmão se aproxima, para diante do fogão e... joga toda a água em cima do fogão! por uns instantes fiquei perplexa, meu deus do céu! corri desliguei o gás e, continuei parada olhando a cena, minha mão já se levantando do sofá chega na porta da cozinha e grita --- o que foi isso? --- eu respondo --- voce mandou o átila colocar água no fogo e, foi o que ele fez ---, mas... mas ...não era isso, era pra ele por a água dentro do bule, porque a que estava lá já secou, eu vou matar esse menino! --- gritava ela --- eu vou encher ele de porrada! filho da puta! burro! --- e, eu ali olhando me virei e, disse --- não, voce não vai bater nele, ele não teve culpa, voce mandou ele colocar água no fogo e, foi o que ele fez. ele é criança não pode entender as nuances das palavras e, depois porque voce não fez este café? já fui, já voltei to ai arrumando tudo e, esse café não sai ---. meu irmão se agarrou em minhas pernas ante vendo os tapas que viriam. mas nos olhamos, olhamos pro fogão e, pra carinha do átila e... caimos na gargalhada, rimos á valer ele também; até hoje me divirto pensando nisso.