historias de anjos e da vida.: Saudades...
Ando com saudades de mim, não sei expl...: Saudades... Ando com saudades de mim, não sei explicar direito como é, mas é exatamente isso. Ando com saudades de mim, de como eu era, d...
terça-feira, 31 de julho de 2012
Saudades...
Ando com saudades de mim, não sei explicar direito como é, mas é exatamente isso.
Ando com saudades de mim, de como eu era, da força que tinha, da coragem, da alegria, não é que eu seja ou, esteja infeliz. Mas é fato. Estou agora, tentando me buscar, me resgatar, preciso e necessito de mim, sem mim, não sou nada, não sou ninguém, digo que chega a ser nostalgia pura o que ando sentindo, sinto saudades do meu riso fácil, das minhas idas ao cinema, saudades de tomar um chopp de pé em um balcão de bar qualquer, saudades de levantar cedo e ir a praia, nadar, mergulhar, com sol ou chuva, eu fazia isso. Saudades de dançar na rua... Será que ainda pegaria bem? Ando com saudades do tempo que punha pra tocar bem alto um disco, ui! Do van Allen, alguém se lembra? Saudades de me sentar na escada e papear com as amigas madrugada á dentro, saudades de olhar pros lados, saudades de me sentar no mirante do Leblon, e ali permanecer admirando o amanhecer, ou o pôr do sol, talvez o anoitecer... Saudades até de me sentar na cadeira da cabeleira, ficar horas esperando o permanente ficar pronto. Saudades de caminhar pelo calçadão me deliciando com um chica bom, saudades de dançar, toda errada, mas ainda assim, dançar, as amigas seguem pra direita e eu, pra esquerda, ah, como era engraçado! Saudades de jantar as quatro da madrugada ao lado do meu pai, filho e irmãos, como era bom! Saudades até da insana da minha mãe, saudades do olhar carinhoso com que minha madrinha me olhava, saudades do olhar guloso que Fernando me lançava, é, pois é, já fui vitima de olhar guloso. Sinto saudades de piadas ridículas, bobas, politicamente incorretas, escrotas, sinto saudades, de uma amiga que morreu, uma? Não! Duas. Sinto saudades de quando quase morri e estive na porta do céu, aquilo foi divino, me mandaram voltar, voltei somente pra sentir saudades de mim.
Ando com saudades de mim, não sei explicar direito como é, mas é exatamente isso.
Ando com saudades de mim, de como eu era, da força que tinha, da coragem, da alegria, não é que eu seja ou, esteja infeliz. Mas é fato. Estou agora, tentando me buscar, me resgatar, preciso e necessito de mim, sem mim, não sou nada, não sou ninguém, digo que chega a ser nostalgia pura o que ando sentindo, sinto saudades do meu riso fácil, das minhas idas ao cinema, saudades de tomar um chopp de pé em um balcão de bar qualquer, saudades de levantar cedo e ir a praia, nadar, mergulhar, com sol ou chuva, eu fazia isso. Saudades de dançar na rua... Será que ainda pegaria bem? Ando com saudades do tempo que punha pra tocar bem alto um disco, ui! Do van Allen, alguém se lembra? Saudades de me sentar na escada e papear com as amigas madrugada á dentro, saudades de olhar pros lados, saudades de me sentar no mirante do Leblon, e ali permanecer admirando o amanhecer, ou o pôr do sol, talvez o anoitecer... Saudades até de me sentar na cadeira da cabeleira, ficar horas esperando o permanente ficar pronto. Saudades de caminhar pelo calçadão me deliciando com um chica bom, saudades de dançar, toda errada, mas ainda assim, dançar, as amigas seguem pra direita e eu, pra esquerda, ah, como era engraçado! Saudades de jantar as quatro da madrugada ao lado do meu pai, filho e irmãos, como era bom! Saudades até da insana da minha mãe, saudades do olhar carinhoso com que minha madrinha me olhava, saudades do olhar guloso que Fernando me lançava, é, pois é, já fui vitima de olhar guloso. Sinto saudades de piadas ridículas, bobas, politicamente incorretas, escrotas, sinto saudades, de uma amiga que morreu, uma? Não! Duas. Sinto saudades de quando quase morri e estive na porta do céu, aquilo foi divino, me mandaram voltar, voltei somente pra sentir saudades de mim.
" tudo se repete. Não á nada novo sob o sol."
--- Acho que nunca disso isso, mas adoro histórias, gosto e, muito de ouvir o que as pessoas dizem, gosto muito de ler a respeito de coisas e acontecimentos antigo, desde muito jovem tenho este hábito. Com isso acho que só tenho a aprender, desde muito cedo percebi que não há nada novo sob o sol. E não mesmo, tirando algumas tecnologia, somos todos iguais, nas dores, nas alegrias, nas coisas mais pequenas, nos anseios, amores, dores. Venho ruminando este pensamento há dias, percebi que temos uma geração que se acha mais sofredora do que os outros, somente as dores deles é que importam, somente o que eles sentem é o que vale, eles não admitem uma ideia, um conselho, não sou de dá-los, o que faço mesmo é compartilhar vivencias, acho que isso dá, já que conselho não dou nem ao meu filho, além do mais, quem sou eu para dar conselhos á alguém? Não sou nada. Mas com quarenta e um anos, e um filho de vinte e quatro, tenho estrada, tenho chão, já vivi, e vi muita coisa, coisas que sei que muita gente adulta, não viu, não viveu. Algo que faço é dividir experiencias sempre que possível, porque as histórias se repetem, apenas com algumas variações, é difícil perceber este pequeno detalhe, se nos retemos em nossas dores não enxergamos este pequeno detalhe, então passamos a acreditar que tudo de ruim, ou de bom, de ruim de preferencia, somente acontece conosco. Tenho que dizer, não verdade. Sinto informar, mas em algum lugar tem alguém com os mesmíssimos problemas que eu, você, alguém não tem, pai, mãe, irmãos ou ambus, alguém não tem um teto, não tem afeto, não tem trabalho, está doente, triste, sofre por alguma motivo, mas também, alguém pode estar imensamente feliz com alguma realização, com um feito que talvez somente este pessoa pode realizar, aprendi que basta observar, escutar, olhar, as vezes e, muitas vezes somente com o coração, dá certo, deu certo e tem dado certo. Não há mal nenhum em ouvir alguém que tem mais tempo de vida do que eu, que já está neste torrão á mais tempo, me sinto verdadeiramente feliz por algumas pessoas virem compartilhar algo comigo, por me contarem suas histórias, algumas vezes nem digo nada, apenas ouço, as vezes intervenho, procuro mostrar, exatamente isso, somos todos iguais, sei que alguém vai dizer que as vezes e, muitas vezes a conta bancária é diferente, e é verdade, mas a essência, essa, é exatamente igual. Sei que não podemos comparar dor, amor, alegrias e tristezas, mas, é sempre tudo igual, tudo muito parecido, conheço pessoas com histórico de vida quase igual ao meu, porque percebi isso? Conversando, ouvindo, mas não faço disso um drama, isso não me paralisa, sigo em frente, mesmo sabendo de antemão o fim da história. Algumas histórias me comovem, outras nem um pouco, existem problemas em nossas vidas que procuramos por eles, e como bem diz uma amiga..." Quem procura com miséria, acha com fartura." Sendo assim, se você sabe que não há nada novo sob o sol e, que as dores são sempre as mesmas, pergunto. Porque se achar especial no seu sofrimento? Porque pensar que somente você é quem sofre nesta vida? Porque fazer drama com coisas tão pequenas, sei que toda dor e sofrimento é valida para quem passa por elas, mas se já passou... Siga em frente, vá a luta, seja firme, busque aquilo que te faz feliz ou no minimo contante, deixe de dramas, deixe de bobagens, tudo passa, vai passar, é sempre assim. E quem sabe lá na frente com um pouco de atenção você acabe encontrando alguém, assim, com um problema parecido com o seu, ai, ao invés de fazer drama, compare, compartilhe, ria, a vida é assim mesmo.
domingo, 15 de julho de 2012
Animais modificados geneticamente.
Estive ontem, na feira agropecuária de Paraíba do Sul. É a segunda vez que o faço, levei munha filha para brincar, porque pro Show eu não poderia ficar, sendo assim, lá estávamos nós, tudo muito bonito, tudo muito lindo, resolvi ir ver os animais em exposição, até ai tudo bem, algo que me chamou a atenção foi o gado lá exposto. Bichos estranhos, esquisitos mesmo, vão dizer que não existe diferença alguma, eu sei, mas á meu ver, aqueles bichos criados geneticamente são estranhos, primeiro, eles só comem, segundo, são tristes, terceiro, que corpo é aquele? As cabeças são desproporcionais ao corpo! Os bichos tem um corpo imenso e a cabeça pequena, não me lembro de ter visto, vacas e bois daquele jeito, me lembro que todo corpo é proporcional á cabeça, tem que ser, senão for, fica esquisito, e pra mim, aquilo tudo é esquisito, não sei como explicar, mas fiquei com medo, depois segui pra arena de rodeio, começo da noite, não tinha viva alma no lugar, os animais estavam soltos dentro da arena e, pra minha surpresa, todos calmos, tranquilos, paradinhos, como ruminantes que são. Então porque ficam tão violentos durante as competições? Pude constatar que realmente tratá-se de maus tratos, senão vejamos. Com a bolsa escrotal amarrada violentamente, levando esporada, de um cidadão que está em cima do lombo, pergunto... Quem não ficaria bravo? Quem não ficaria violento? Pra ser sincera sempre achei que esse pessoal que é contra esse tipo é gente chata, que não tem o que fazer, e que o destino do animal é esse mesmo, mas depois de ontem, mudei de ideia, não vou aqui, me transformar numa ferrenha defensora dos animais, não vou sair por ai, bradando contra tudo e contra todos, mas algo tem que ser feito, bichos não existem para a nossa diversão, não existem para nós, ditos seres humanos nos divertimos-nos com eles, são tão viventes e filhos de DEUS como nós, imagina pegar um homem, amarrar o saco escrotal dele, e depois sairmos montados, dando-lhes esporadas nos lombos? Acho que vai doer... Né não?!
Seis meses...
Tenho uma amiga que mora em São Paulo, ela é do interior de Uberaba, imagina. Uberaba já é interior. Agora como a conheci é que é legal, nos conhecemos no trabalho, no Rio de Janeiro, pois é, uma mineira do interior de Uberaba que vive em são paulo, mas trabalha no Rio de Janeiro. Explico. Minha amiga, Neiva, é baba ou era, as crianças já cresceram. Em certa casa no Rio, a história de vida dela é um pouco parecida com a minha, infância pobre, violência, fome,adolescência idem, tirando a parte do casamento, também ruim, temos muito em comum. Pois bem, nos conhecemos na casa em que eu era cozinheira, numa tarde em que os patrões saíram com as crianças sem ela, nos pomos a conversar na mesa da copa, papo vai, papo vem, perguntei a ela o porquê do sotaque dela ser diferente já que ela é cidade de S-P, ai ela me conta de onde ela vem, e o porque de estar no Rio de Janeiro. Segundo ela; --- sai de Uberaba porque não aguentava mais, não dava, sempre tive uma vida ruim, minha mãe morreu cedo, meu pai alcoólatra se casou de novo, é claro que a mulher dele não nos queria, éramos cinco filhos, a mais nova era eu, passei um inferno nas mãos dela, fome, espancamentos, xingamentos, essas coisas ai, me casei cedo achando que as coisas iam mudar... Quer saber? Me ferrei, meu ex-marido era uma desgraça, a única coisa boa nisso tudo é meu filho, então arrumei um trabalho, numa casa, lá mesmo em Uberaba, ganhava pouco, porque essa pessoas só sabem nos explorar, mas fui juntando um dinheiro, tinha uma prima já em São Paulo, então quando já tinha duas passagens, e um pouco á mais pra manter á mim e ao meu filho parti. Não dei nem tchau, meu marido saiu pra trabalhar, juntei uns poucos pertences, meu filho e sumi no mundo, depois dei noticias pra minha irmã e só. Mas o pior foi quando cheguei em São Paulo, quase voltei pra trás, nada dava certo, não conseguia trabalho, descobri que minha prima estava mais pobre do que antes em Uberaba, com meu filho ainda pequeno, entrei em desespero. Numa manhã parti pro centro de São Paulo, ali, na praça da Sé, tinha a dica de um trabalho, por sorte terminei o segundo grau, então achei que não seria difícil, me enganei, mas fui, três meses depois eu estava em desespero completo, sem dinheiro, sem casa pra morar, sem nada, as vezes eu lavava umas roupas pras conhecidas da minha prima, lá no bairro mesmo, algumas me pagavam com comida, pra mim e meu filho. Pois bem, fui em uma agencia de empregos no centro da cidade, não deu outra cheguei lá não tinha mais vaga, comecei a chorar, me sentei num banco da praça e comecei a chorar desesperada, sem saber o que fazer da vida, já que agora nem dinheiro eu tinha pra voltar pra casa, mas e que casa? Como deixei meu marido, é claro que ele não me aceitaria de volta, então estou lá, sentada e chorando um senhor me viu, veio, sentou-se ao meu lado, fiquei com medo, cidade grande, a gente ouve cada coisa pelo rádio e vê na teve, que dá medo, mas ele se sentou, perguntou o tinha acontecido comigo, contei tudo pra ele, desabafei mesmo, ele me ouviu com toda atenção do mundo, disse que não podia fazer muita coisa por mim, que já era aposentado, e que também tinha vindo de longe pra aquela cidade, mas me deu um conselho, disse ele; Você tem seis meses pra conquistar, ganhar essa cidade, se em seis meses você não tiver conseguido, trabalho, casa, e amigos, vá embora, volte pra sua cidade, a cidade não quer você, então não adiante insistir, por isso a gente vê tantas pessoas nas ruas, saem de suas cidades, vem pra cá, não conseguem nada, vão ficando, e quando se dão conta, o tempo passou e não conseguiram nada! Ai, passam a viver nas ruas, se você não conseguir conquistar essa cidade em seis meses volte pra sua terra, pra sua casa, é isso que posso lhe dizer, a quanto tempo você já está aqui? --- Três meses, eu e meu filho de dez anos ---. Então ainda dá pra tentar mais um pouco, hoje você saiu e não deu em nada, vá pra onde você dorme, descanse, pense diferente, faça diferente, procure algo diferente, não fique somente com um pensamento, busque aquilo que ninguém quer, não olhe apenas para uma direção, essa cidade é grande, tem tanta coisa não insista numa só. --- segundo minha amiga, eles conversaram por mais alguns minutos depois, com ela já mais calma ele foi embora, desejou a ela um bom dia e se foi. --- Mas não me esqueci das palavras dele, seis meses, depois disso... Voltei pro quartinho imundo em que eu estava, fiz o que disse dormi, dormi direto, acordei pela manhã, levei meu filho pra escola, comprei um jornal, fui direto pra sessão de empregos, e lá estava agencia contrata babas, parti, rumo ao endereço, somente com o dinheiro da passagem. Não era o que eu queria, mas fazer o que? Cheguei, com meus documentos, fiz a entrevista, eles me encaminharam pro escritório do Doutor, e... Aqui estou eu! Dois anos e meio depois, comecei como folguista, agora sou a titular, eles, como você sabe já estão no segundo filho, as crianças me adoram, ganho bem, comprei um terreno na Zona leste da cidade, é distante, mas é meu, construí um sobrado pra mim e meu filho, tenho de tudo dentro de casa, meu filho assim que terminar o segundo grau vai fazer uma faculdade tenho fé em DEUS, e eu estou bem, viajo com os patrões pra todo lado, quando saio de folga o motorista me lava em casa, vou no carro do patrão, aliás, vou e volto na segunda feira, sabe qual era meu problema Cristiane? Como eu tenho o segundo grau sismei em ser balconista, atendente, qualquer coisa nessa área, achava que era o top, e como comercio é o que não falta em São Paulo, achei que era somente chegar, me apresentar e pronto, eu estaria trabalhando, me enganei. Sabe de uma coisa? Nunca mais me esqueci dele e daquele conselho, "seis meses pra conquistar uma cidade, seis meses pra se conseguir o que se quer, senão der, depois disso...
Me lembrei de Neiva porque estou vivenciando algo parecido com uma pessoa, praticamente um ano depois e a pessoa nada! Nunca vi alguém dar tantas voltas, dar tanto murro em ponta de faca como tenho visto, a pessoa não deslancha, não vai á frente, tudo o que consegue dá errado, ou sai errado, ainda não sei onde está o erro, não sei se a pessoa em questão está pensando e agindo errado, sei que tenho tido muita vontade de lhe falar sobre este episodio, mas não acho que esta pessoa vá entender, acho que talvez ela deva mudar a abordagem, acredito que ela deva mudar os pensamentos ou então, partir para algo novo, diferente sei lá... Mas seis meses já se passaram.
Tenho uma amiga que mora em São Paulo, ela é do interior de Uberaba, imagina. Uberaba já é interior. Agora como a conheci é que é legal, nos conhecemos no trabalho, no Rio de Janeiro, pois é, uma mineira do interior de Uberaba que vive em são paulo, mas trabalha no Rio de Janeiro. Explico. Minha amiga, Neiva, é baba ou era, as crianças já cresceram. Em certa casa no Rio, a história de vida dela é um pouco parecida com a minha, infância pobre, violência, fome,adolescência idem, tirando a parte do casamento, também ruim, temos muito em comum. Pois bem, nos conhecemos na casa em que eu era cozinheira, numa tarde em que os patrões saíram com as crianças sem ela, nos pomos a conversar na mesa da copa, papo vai, papo vem, perguntei a ela o porquê do sotaque dela ser diferente já que ela é cidade de S-P, ai ela me conta de onde ela vem, e o porque de estar no Rio de Janeiro. Segundo ela; --- sai de Uberaba porque não aguentava mais, não dava, sempre tive uma vida ruim, minha mãe morreu cedo, meu pai alcoólatra se casou de novo, é claro que a mulher dele não nos queria, éramos cinco filhos, a mais nova era eu, passei um inferno nas mãos dela, fome, espancamentos, xingamentos, essas coisas ai, me casei cedo achando que as coisas iam mudar... Quer saber? Me ferrei, meu ex-marido era uma desgraça, a única coisa boa nisso tudo é meu filho, então arrumei um trabalho, numa casa, lá mesmo em Uberaba, ganhava pouco, porque essa pessoas só sabem nos explorar, mas fui juntando um dinheiro, tinha uma prima já em São Paulo, então quando já tinha duas passagens, e um pouco á mais pra manter á mim e ao meu filho parti. Não dei nem tchau, meu marido saiu pra trabalhar, juntei uns poucos pertences, meu filho e sumi no mundo, depois dei noticias pra minha irmã e só. Mas o pior foi quando cheguei em São Paulo, quase voltei pra trás, nada dava certo, não conseguia trabalho, descobri que minha prima estava mais pobre do que antes em Uberaba, com meu filho ainda pequeno, entrei em desespero. Numa manhã parti pro centro de São Paulo, ali, na praça da Sé, tinha a dica de um trabalho, por sorte terminei o segundo grau, então achei que não seria difícil, me enganei, mas fui, três meses depois eu estava em desespero completo, sem dinheiro, sem casa pra morar, sem nada, as vezes eu lavava umas roupas pras conhecidas da minha prima, lá no bairro mesmo, algumas me pagavam com comida, pra mim e meu filho. Pois bem, fui em uma agencia de empregos no centro da cidade, não deu outra cheguei lá não tinha mais vaga, comecei a chorar, me sentei num banco da praça e comecei a chorar desesperada, sem saber o que fazer da vida, já que agora nem dinheiro eu tinha pra voltar pra casa, mas e que casa? Como deixei meu marido, é claro que ele não me aceitaria de volta, então estou lá, sentada e chorando um senhor me viu, veio, sentou-se ao meu lado, fiquei com medo, cidade grande, a gente ouve cada coisa pelo rádio e vê na teve, que dá medo, mas ele se sentou, perguntou o tinha acontecido comigo, contei tudo pra ele, desabafei mesmo, ele me ouviu com toda atenção do mundo, disse que não podia fazer muita coisa por mim, que já era aposentado, e que também tinha vindo de longe pra aquela cidade, mas me deu um conselho, disse ele; Você tem seis meses pra conquistar, ganhar essa cidade, se em seis meses você não tiver conseguido, trabalho, casa, e amigos, vá embora, volte pra sua cidade, a cidade não quer você, então não adiante insistir, por isso a gente vê tantas pessoas nas ruas, saem de suas cidades, vem pra cá, não conseguem nada, vão ficando, e quando se dão conta, o tempo passou e não conseguiram nada! Ai, passam a viver nas ruas, se você não conseguir conquistar essa cidade em seis meses volte pra sua terra, pra sua casa, é isso que posso lhe dizer, a quanto tempo você já está aqui? --- Três meses, eu e meu filho de dez anos ---. Então ainda dá pra tentar mais um pouco, hoje você saiu e não deu em nada, vá pra onde você dorme, descanse, pense diferente, faça diferente, procure algo diferente, não fique somente com um pensamento, busque aquilo que ninguém quer, não olhe apenas para uma direção, essa cidade é grande, tem tanta coisa não insista numa só. --- segundo minha amiga, eles conversaram por mais alguns minutos depois, com ela já mais calma ele foi embora, desejou a ela um bom dia e se foi. --- Mas não me esqueci das palavras dele, seis meses, depois disso... Voltei pro quartinho imundo em que eu estava, fiz o que disse dormi, dormi direto, acordei pela manhã, levei meu filho pra escola, comprei um jornal, fui direto pra sessão de empregos, e lá estava agencia contrata babas, parti, rumo ao endereço, somente com o dinheiro da passagem. Não era o que eu queria, mas fazer o que? Cheguei, com meus documentos, fiz a entrevista, eles me encaminharam pro escritório do Doutor, e... Aqui estou eu! Dois anos e meio depois, comecei como folguista, agora sou a titular, eles, como você sabe já estão no segundo filho, as crianças me adoram, ganho bem, comprei um terreno na Zona leste da cidade, é distante, mas é meu, construí um sobrado pra mim e meu filho, tenho de tudo dentro de casa, meu filho assim que terminar o segundo grau vai fazer uma faculdade tenho fé em DEUS, e eu estou bem, viajo com os patrões pra todo lado, quando saio de folga o motorista me lava em casa, vou no carro do patrão, aliás, vou e volto na segunda feira, sabe qual era meu problema Cristiane? Como eu tenho o segundo grau sismei em ser balconista, atendente, qualquer coisa nessa área, achava que era o top, e como comercio é o que não falta em São Paulo, achei que era somente chegar, me apresentar e pronto, eu estaria trabalhando, me enganei. Sabe de uma coisa? Nunca mais me esqueci dele e daquele conselho, "seis meses pra conquistar uma cidade, seis meses pra se conseguir o que se quer, senão der, depois disso...
Me lembrei de Neiva porque estou vivenciando algo parecido com uma pessoa, praticamente um ano depois e a pessoa nada! Nunca vi alguém dar tantas voltas, dar tanto murro em ponta de faca como tenho visto, a pessoa não deslancha, não vai á frente, tudo o que consegue dá errado, ou sai errado, ainda não sei onde está o erro, não sei se a pessoa em questão está pensando e agindo errado, sei que tenho tido muita vontade de lhe falar sobre este episodio, mas não acho que esta pessoa vá entender, acho que talvez ela deva mudar a abordagem, acredito que ela deva mudar os pensamentos ou então, partir para algo novo, diferente sei lá... Mas seis meses já se passaram.
terça-feira, 3 de julho de 2012
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