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2010!

2010!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

APRESENTAÇÃO.
Sou mal humorada.
Não daqueles mal humores chatos,
Ainda consigo ser divertida.
Não faço média com ninguém. 
Se gosto, gosto mesmo, senão, paciência.
Se você não gastar mim, não tem problema, também não vou gostar de você. 
Pra mim é assim que funciona.
Gosto de musica, de boa musica.
Gosto dos meus amigos, mas não vivo agarrada a eles, é fato.
Amo meus filhos, mas sei que eles não são "meus"
Gosto do meu trabalho, aliás, pra espanto de muita gente, gosto de trabalhar.
Não tenho paciência com pessoas chatas, destas que reclamam da vida o tempo todo. Falta de dinheiro, meu namoro não dá certo, dói aqui, dói ali, ai como sofro, pode parar. Ainda não sou psicologa.
E, talvez eu não vá poder resolver o seu problema.
Gosto de cachorro, mas somente do meu.
Gosto de assistir a bons filmes.
Amo o BRAD PITT.
Tenho verdadeira paixão por AL Patino. 
Considero ROBERT DE NIRO tudo de bom.
Gosto do olhar de maluco do Dustin Hoffman.
Gosto do homem aranha, do Batman, e do homem de ferro.
Tenho uma coleção de revistinha em quadrinhos, no formato antigo.
Não vendo e não troco. Talvez por um bom dinheiro...
Mesmo que não demonstre amo meus amigos e minha família, somente procuro manter uma distancia salutar, sabe como é, muito junto a gente acaba enlouquecendo.
Fumo, bebo, gosto muito de comer.
Conto piadas ridiculas, as vezes, e muitas vezes, só eu acho graça.
Não faço drama, em hipótese alguma, nunca, nunquinha.  
Não sou de pedir socorro, ajuda, mas se peço é porque a coisa tá ruim, pode ter certeza.
Tenho certas manias.
Tenho mania de organização.
De limpeza.
De ver tudo no seu devido luga, mas as pessoas de minha casa, não concordam comigo. Nunca!
Mas não desisto.
Não gosto que mexam em minhas coisas, mas o se fizer, é favor deixar tudo exatamente como estava. Assim eu não enlouqueço.
Não gosto de pessoas estranhas em minha casa. 
A não ser que eu convide.
Sou capaz de tirar a roupa do corpo e dar a você, mas se eu achar que você está me engando, te arranco os olhos.
Gosto do sol.
Do mar, de pescar.
Do pôr do sol.
Das estrelas.
As vezes até de caminhar.
Gosto de tomar banho de chuva, embora há quem diga que faça mal  pra saúde.
Gosto de gema mole no pão, com muito manteiga.
Gosto de nhoque no dia vinte e nove de cada mês.
Gosto de vinho, cerveja, caipirinha, pra dizer a verdade, bebo quase tudo.
Não fumo maconha e nem cheiro cocaína, se por ventura você me encontrar num estado de loucura, pode crer, é meu estado normal.
Sou tímida, mas isso quase não se percebe, sei disfarçar muito bem.
Gosto de dançar na rua, as vezes de cantar também.
Falo sozinha.
Gosto de andar sozinha.
Sou saudosista, daquelas que fica horas relembrando o passado.
Gosto das musicas antigas. 
Dos cheiros antigos.
Das pessoas antigas.
Viajo sem sair do lugar, já fui a vários mundos, á vários países.
Até no fundo mar.
Tenho inveja dos poetas.
Não sei rimar, não sei juntar lé com cré.
Já quis fazer uma musica, não consegui.
Tenho amigos e amigas de infância.
Amigos novos são sempre muito bem vindos, contanto que não encham o saco.
Sou bruta, sou doce, sou seca, sou suave, tudo depende do momento, do instante. 
Ou de você.
Tenho riso fácil.
Me aborreço com a mesma facilidade.
Posso caminhar ao seu lado por tempo indefinido, ou te deixar no meio do caminho, depende.
Gosto de atitudes, palavras me cativam pouco, talvez por pouco tempo.
Gosto de pessoas que cumprem com a palavra, quem paguem suas dividas.
Para mim palavra dada é palavra empenhada.
Uso o caps lock sem cerimonia alguma. 
Ainda tenho orkut.
Sinto saudades do meu pai, do meu irmão, eles já morrem, mas ainda digo, meu pai e meu irmão. Não dá pra colocar no passado.
Sinto saudades de amores passados, sei que já passou...
Meu coração ainda bate forte quando encontro um ex-amor.
Sou um poço de contradição, mas ainda assim, sou eu.





   
TUDO SE REPETE.
Tenho uma amiga, destas que se conhece desde sempre. Nossas mães já eram amigas, antes mesmo de nascermos. Minha amiga se chama Lucia, assim vou chamá-la. Lucia é branca, olhos castanhos, cabelos lisos, sempre se destacou entre nós, no morro, pelo tipo físico, além dela, havia na casa dela mais cinco irmãos, todos criados com muitas dificuldades, sendo cada um de pai, a mãe dela sempre lutou muito para alimentá-los, mas Lucia sempre quis ser diferente, é daquelas pessoas que quer a todo custo inventar a roda, vai explicar que a roda já existe... Bom, com dizia, Lucia sempre quis ser diferente, nunca se aceitou como tal, pobre favelada, sem estudos, sem instrução, é que ela tinha um "diferencial" corria-se a boca pequena, que Lucia era filha de um ex-patrão da mãe dela, com isso na cabeça Lucia cresceu, se achando e se comportando como se fosse melhor do que todos nós, mas pra dizer a verdade, ela bem que tinha pinta de gente rica, cara de gente rica, e a pose de gente rica, mas dai a ser rica, vai uma longa distancia! Então crescemos, na adolescência cada uma de nós, foi procurar o que fazer da vida, uma ou outra voltou a estudar, uma ou outra engravidou, eu fui uma das que engravidaram, a maioria foi mesmo é trabalhar, em várias coisas, lanchonetes, casa de família, lojas, e afins, com pouco estudo e sem incentivos, procuramos nos virar da melhor maneira possível, mas para minha amiga Lucia nada dava certo, era sempre a mesma coisa... Ai meu DEUS, nada pra mim dá certo, não consigo um trabalho, quando consigo, não fico, não sei o que tem de errado comigo. Foi assim durante todos os anos 80, nada, absolutamente para Lucia dava certo. A cada vez em nos encontrávamos lá vinha um poço de lamentações. Meu chefe me cantou, você acredita? Menina olha que babado, o gerente da loja onde eu estava deu em cima de cima de mim, fulano quis me comer, ou, então... Mas nossa, ter que acordar cedo é demais pra mim, acho que não nasci pra isso, esse lance de trabalhar, isso não é pra mim. E por ai a fora. Quando o namorado de infância botou uma casa e a chamou para que fossem viver juntos, juro por DEUS que dei graças á DEUS, por ela, quanto engano! É, não deu certo, Lucia não sabia cozinhar, lavar uma roupa? Nem em sonho, cuidar da casa? Também era difícil pra minha amiga. Com um filho pequeno e outro a caminho, quem disse que minha amiga dava jeito ou se acertava com alguma coisa?O marido dela é quem ao chegar do trabalho fazia a comida, arrumava a casa, e dava banho no bebê, o que Lucia fazia durante o dia? Corria o morro, de porta em porta, batendo papo, ou então dormia o dia inteiro, no fim do dia, se levantava, tomava um banho, preparava um miojo, então linda, e perfumada, punha-se a caminho da rua, assim passava-se o tempo, nasceu-lhe a segunda criança, pensa que ela mudou? Não! Se não fosse a sogra a ir em casa e preparar o mingau da criança, esta teria morrido de inanição. As roupas apodreciam no tanque, num canto do banheiro, a cozinha da casa, tão bem feita, era um lixo permanente, comidas na geladeira eram lixo, um caso de saúde publica. Algo que para mim era um verdadeiro crime, já que ela passou a infância inteira comendo coisas da xepa.O Infeliz do marido já não suportando mais viver daquela forma, pediu a separação, no que foi prontamente atendido, segundo minha amiga... Esse lance de casamento não pra mim não dá! --- O agora ex-marido teve o cuidado de ficar com o filho mais novo, pensando ele estar facilitando a vida da agora ex-mulher, ledo engano. Minha amiga retomou a antiga rotina, o filho passa a ficar jogado, aos cuidados da avó materna, que doente e sem recursos, e cheia de filhos, faz e tenta fazer o que pode para manter a todos, é claro que não consegue. A violência explode no morro, eu mudo, minhas outras amigas também mudam, algumas se casam, outra não, sou das que não se casaram, outras tiveram mais filhos, outras não, eu fui das que não tiveram mais filhos, minha amiga, Lucia passou o resto dos anos 80, parindo, entrou os anos 90 assim, ao todo teve sete filhos, somente uma teve uma chance, não sei porque minha amiga, num gesto de desprendimento, entregou a criança ao pai, assim que esta nasceu, foi melhor a ser feito. Praticamente dei a volta ao mundo, minha mãe enlouqueceu, meu pai morreu, meus irmãos, cresceram, troquei de trabalho, namorei, deixei, fui deixada, amei, fui amada, não amei, não fui amada, troquei de cidade, socorri familiares, fui socorrida, mandei construí uma casa, criei um filho, transformei-o em homem, troquei de trabalho, casei-me enfim, meu irmão morreu, tive uma filha, mudei de trabalho novamente, engordei, emagreci, engordei de novo. Retornei ao morro e... Minha amiga continua exatamente com as mesmas ladainhas. Não consigo trabalho, morei com um cara, mas não deu, homem gosta de nos fazer de empregada, lavar cuecas? Nem pensar! Acho que não tenho sorte na vida... Ufa! Esgotou minha mente. O pior foi eu achando que não tinha feito nada da vida, aquela conversa foi me deixando louca, percebi que o problema não estava nos outros, mas sim nela, o problema era minha amiga, que não consegue evolui, ela não vai adiante em nada, nunca conseguiu ser constante em nada, assim, vai pela vida pondo a culpa nos outros, é sempre mais fácil, mais comodo, pra se ter uma ideia, ela não gostava da casa dela, porque não procurou trabalhar? Estudar, e assim poder transformar o mundo ao seu redor? Ela também não gostava de morar com a mãe, porque não permaneceu na casa dela? Porque dá trabalho, é complicado, ter que levantar todos os dias, cuidar, limpar, sair pro trabalho, depois, ainda cansada ir pegar filho na creche, na escola, chegar em casa, preparar o jantar, arrumar a cozinha, resumindo, dá trabalho se construir, dá muito trabalho, ser constante, dá muito trabalho se cuidar e cuidar dos outros, mas gente assim, nunca vai saber que sim, tudo isso dá muito trabalho, é um porre devo dizer, mas... FAZ UM BEM, DÁ UM PRAZER, SERVIR UMA COMIDA BEM FEITA, PEGAR UMA ROUPA LIMPINHA E CHEIROSA PROS FILHOS, É MUITO BOM REENCONTRAR AMIGOS DE TRABALHO PELA MANHÃ, FALAR MAL DO PATRÃO, RECLAMAR DO GOVERNO, ISSO ESSAS PESSOAS NUNCA VÃO SABER COMO É, JÁ QUE TUDO O QUE FAZEM E QUEREM É ENCONTRAR TUDO PRONTO. Agora, estou me preparando para voltar ao morro do Vidigal e, tenho certeza de que vou ouvir as mesmas reclamações. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Divisão de classes. Cachaçada, porta de bar.
Vinte para as cinco da manhã, fim dos trabalhos no bar onde trabalho.
Estamos botando o lixo pra fora, a noite mais uma vez foi excelente, tanto que alguns clientes ainda estão por ali, não querem ir embora, mas um, vai chamar a atenção mais do que os outros. Sou a última a sair, ao faze-lo trago nas mãos o saco com lixo da cozinha, saio, paro na calçada em frente, ali está um de nossos fregueses, me olha, tenta sorrir, ele está bêbado, ainda conserva um copo contendo bebida na mão ---. Oi? Me dá um cigarro? --- Hã? Como assim? Eu te dar um cigarro? Como? ---  Não seja ruim, me dá um cigarro ai poxa! --- ele mal consegue andar, pela minha cara de espanto, todos param, estão esperando minha reação, que não demora a vir ---. como assim? Você é quem tem que me dar um cigarro ---. Porque eu tenho que te dar um cigarro? --- Porque? Porque você é um empresario do ramo do agronegócio, está com um baita carrão ali parado te esperando só por isso ---. Me da um cigarro o que que custa? --- você é quem tem que me dar, aliás, um cigarro não! Tem é que me dar um maço, vocês são estranhos, vem pro bar, não trás cigarro, não carrega o celular em casa, chega aqui quer carregador pro telefone, não trazem isqueiro de casa, nos chamam a todo instante pedindo um. E você ainda me pede um cigarro? É tenso demais ---. Nisso todos já estão sorrindo --- Por falar nisso... Você sabe quem sou eu? --- você é funcionaria da casa --- Pois é, sou a cozinheira, e é por isso que é você quem tem que me dar um maço de cigarros e, não eu dar cigarros á você ---. Ele tenta chagar mais perto de mim, mas o estado etílico dele o impede de andar, assim, ele se apoia no muro, me olha e diz ---. Só por isso? Me dá a vinte então?! --- kkkkkkkkkkkkk!!!! uhauhauhauhauhau!! --- o garçom cai na gargalhada, ri alto tanto que ecoa madrugada á dentro, de minha parte, também não resisto, caio na gargalhada, minha patroa mal pode crer no que  ouve, todos riem, o pior é que o homem insiste ---. me dá a vinte então! O que tem de mais? Você me humilhou, você me humilhou, me dá a vinte ai!Me dá? --- Como ele não consegue caminhar, vou até ele, entrego-lhe a vinte, volto ao meu ponto inicial, ele atravessa a rua, se encosta no baita carrão, ali estacionado, se põe á fumar, com gosto, encostado no carro, vai soltando a fumaça aos poucos, estamos de partida, rumo ao nossos lares, como estou no banco traseiro do carro de minha patroa, olho para trás, deu pra ver que ele acabara de fumar, mesmo em estado alterado, entra no carro, liga o motor e sai. Minha amiga, garçonete arremata dizendo ---. É por isso que ele é empresario.